O Tribunal do Júri da 9ª Vara Criminal da Capital condenou José Olímpio da Silva a 30 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de sua esposa, Jane Palmeira de Lima, ocorrido há 23 anos, no município de Passo do Camaragibe. O julgamento que iniciou na quinta-feira, 23, foi presidido pelo juiz Geraldo Amorim e teve duração de mais de 15 horas.

O Conselho de Sentença acolheu as três qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL): motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O caso foi conduzido pelo promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa Neto, com atuação das advogadas Jhulia Nunes, Ana Paula Mendes e Melissa Fabosi como assistentes de acusação. A Defensoria Pública, representada por Audenir Fiel, também acompanhou o processo.

Durante o júri, familiares da vítima, incluindo uma das filhas do casal — que presenciou o crime ainda na infância —, prestaram depoimentos emocionados. O julgamento marcou o encerramento de um caso que permaneceu por mais de duas décadas sem desfecho judicial.

Em pronunciamento após a sentença, o promotor Flávio Gomes destacou a importância da decisão como resposta à violência de gênero. “Foi um caso de extrema crueldade. Embora o crime tenha ocorrido antes da tipificação do feminicídio, conseguimos demonstrar ao conselho de sentença a gravidade do ato e a necessidade de justiça”, afirmou o promotor.

A advogada Jhulia Nunes, representante da assistência de acusação, também comentou o resultado. “Obtivemos a condenação por homicídio triplamente qualificado. Esperamos que casos como este não demorem tanto tempo para chegar ao julgamento e que representem um alerta contra a violência doméstica”, disse.