A morte do idoso Antônio Bispo, de 84 anos, chocou a população de Penedo, em Alagoas, e começa a ser investigada pela Polícia Civil. Ele faleceu na segunda-feira, 17, na residência onde morava com a ex-mulher, de 52 anos, após almoço em família. A suspeita é de a comida tenha sido envenenada com chumbinho, um produto clandestino irregularmente utilizado como raticida. 

A suspeita do envenenamento dos alimentos recai sobre o próprio idoso. Policiais encontraram na casa um depósito com produto de aparência similar ao veneno. 

Informações preliminares revelam que o Antônio Bispo já havia ameaçado a ex-mulher de morte e também de tentar o suicídio. Ela foi levada ao hospital passando mal e precisou ficar internada. Uma vizinha, que também almoçou com o ex-casal, foi socorrida com os mesmos sintomas e está hospitalizada.

Em entrevista ao portal TNH1, o chefe de operações da PCAL em Penedo, Gledson Silva, revelou que o suspeito tinha diabetes e um dos pés amputado. Mesmo separada dele, a ex-mulher vivia sob o mesmo teto que o idoso para ajudá-lo nos cuidados.

Antônio Bispo, no entanto, tinha ciúmes da ex-companheira, que levava uma vida comum e tinha muitas amizades. Familiares afirmaram à polícia que Antônio Bispo já havia ameaçado matar a ex-mulher e cometer suicídio há algum tempo. Não se conformava com a deficiência e nem com as limitações impostas pela doença.

“A própria vítima já tinha pego chumbinho nas coisas dele. Um certo dia ele tentou matá-la com um pedaço de pedra. Isso a gente tem através de depoimento colhido junto às testemunhas e aos filhos do casal”, informou o Gledson Silva.

No dia do envenenamento, a mulher preparou a refeição e foi chamar uma vizinha para almoçarem juntos. Após o almoço elas passaram mal e foram levadas por familiares para uma Unidade de Emergência em Arapiraca. A ex-mulher foi internada na UTI, onde segue em tratamento. Já a vizinha teve sintomas mais leves e está aos cuidados da unidade hospitalar.

Ao retornarem à casa, os filhos do ex-casal encontraram o pai vomitando e com dores. Ele se recursou a ir ao hospital e disse que queria morrer. A família não atendeu ao desejo e o levou ao hospital, onde ele foi assistido, mas não resistiu, falecendo na segunda-feira.

A Polícia Científica foi acionada e realizou uma perícia na residência, recolhendo parte dos alimentos para análise. O delegado Maurício Ramos Cruz, que comanda a Unidade de Homicídios, abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do crime.