INVESTIGAÇÃO

Polícia investiga se idoso envenenou ex e vizinha com chumbinho em Penedo

Vítimas teriam ingerido a substância no feijão oferecido pelo idoso, que também comeu e não resistiu
Por Redação 18/11/2025 - 18:43
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Polícia Científica de Alagoas
Caso resultou na morte de Antônio Bispo e na hospitalização de duas mulheres
Caso resultou na morte de Antônio Bispo e na hospitalização de duas mulheres

A Polícia Civil de Alagoas investiga o suposto envenenamento do idoso Antônio Bispo, de 84 anos, e mais duas mulheres. O caso ocorreu na cidade de Penedo, em Alagoas, nessa segunda-feira, 17. Uma das principais linhas de investigação para o é a ocorrência de ciúmes. As informações iniciais apontam que o homem não queria se separar da companheira e, assim, teria envenenado as duas e depois ingerido a substância também.

Antônio Bispo era separado de Ângela, de 52 anos, que ainda continuava cuidando dele. Entretanto, segundo a polícia, o ciúme do idoso a preocupava, já que chegou a receber ameaças e encontrar veneno junto aos próprios objetos.

A Polícia Civil do município investiga se o idoso cometeu suicídio, tomando o veneno tipo “chumbinho”, após ser informado de que a ex-mulher estaria mal no hospital. Ela e a vizinha almoçaram juntas, na casa do idoso, e podem ter ingerido o veneno junto ao feijão-tropeiro. As duas mulheres teriam relatado que consumiram pouco do alimento por apresentar um “cheiro estranho”. Elas foram socorridas e levadas ao hospital, onde seguem internadas para tratamento médico.

A Polícia Científica de Alagoas informou, nesta terça-feira, 18, que adotou uma série de exames técnico-científicos após a suspeita de intoxicação. O trabalho começou quando o Instituto de Criminalística (IC) de Arapiraca foi acionado pelo Centro de Integração de Operações da Segurança Pública (CIOSP) para a realização de perícia de constatação na residência onde ocorreu o episódio.

Segundo a perita criminal Isadora Davi, em casos de suspeita de envenenamento, a perícia criminal realizada no local do fato tem como objetivo constatar a fonte do envenenamento, incluindo a identificação do agente tóxico e de alimentos utilizados como veículo para o seu consumo, além de outros vestígios relacionados à autoria do fato e à dinâmica da ocorrência.

“Nessa pericia inicial foram identificados e recolhidos na cozinha da residência alimentos consumidos durante o almoço, como feijão cozido, feijão tropeiro, arroz e vinagrete. No feijão tropeiro, chamaram atenção grânulos visíveis do material questionado, indicando possível contaminação”, detalhou a perita.

A inspeção pericial também se estendeu a outros cômodos. “Em uma lixeira localizada em um dos quartos, encontramos um recipiente contendo o material questionado, com característica de ser agente tóxico, a ser confirmado pelo laboratório de química forense. Em uma caneca, foram identificados resíduos semelhantes ao produto questionado, sugerindo diluição em água e ingestão, situação que será confirmada mediante exame químico”, explicou a perita.

Em paralelo às análises ambientais, o corpo da vítima deu entrada no Instituto de Medicina Legal (IML) de Arapiraca. No exame de necropsia realizado pelo perito médico legista Francisco Milton foram coletadas amostras biológicas de sangue e conteúdo estomacal para análise para análises complementares.

As amostras ambientais recolhidas pelo Instituto de Criminalística, além do material biológico coletado no IML, serão encaminhadas ao Laboratório Forense de Química e Toxicologia. Esse material será submetido a exames específicos para identificar substâncias tóxicas e determinar sua relação com o quadro clínico e o óbito de Antônio Bispo.

Os resultados do trabalho integrado entre as unidades de Criminalística, Medicina Legal e Laboratório Forense deverá fornecer em breve, subsídios técnicos essenciais para esclarecer se houve intoxicação e confirmar a natureza do agente envolvido. Os resultados periciais serão determinantes para a conclusão da dinâmica do fato e orientar as investigações conduzidas pela Polícia Civil.


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