Aviação em risco

Alagoas registra 22 colisões entre aves e aeronaves em dez anos

Último acidente ocorreu em julho deste ano com aeronave da Azul no Aeroporto de Maceió
Por Tamara Albuquerque 31/12/2026 - 13:41
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Abear/Arquivo
Último acidente com pássaros registrados em Alagoas ocorreu em julho deste ano
Último acidente com pássaros registrados em Alagoas ocorreu em julho deste ano

Levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) aponta que o Brasil registrou 5,1 mil ocorrências de colisões entre aves e aeronaves comerciais regulares, conhecidas como bird strike, entre 2022 e 2024. Este ano, porém, houve crescimento de 32% no número de registros no primeiro semestre, com mais de 1,1 mil ocorrências, frente a 869 no mesmo período de 2024.

Em Alagoas, 22 acidentes envolvendo colisão com pássaros foram registrados na última década, segundo dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, uma ferramenta desenvolvida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB).

O número só é superior ao registrado no Rio Grande do Norte, com 7 casos, e em Sergipe com 13 incidentes. No total, tripulantes de aeronave na região Nordeste reportaram nos últimos 10 anos 404 casos de colisões com pássaros. A aviação cearense enfrentou 67 colisões; Bahia: 122; Maranhão 30; Paraíba 26; Pernambuco 85; Piauí 33; Rio Grande do Norte 7; e Sergipe 13.

Os dados nacionais se referem à aviação comercial regular em aeroportos do País e indicam uma média de uma colisão a cada cinco horas. As colisões têm reflexo direto na operação aérea. A estimativa é de que cerca de 27 mil passageiros sejam afetados por ano em razão do cancelamento de aproximadamente 100 voos.

O último acidente registrado em Alagoas ocorreu no dia 22 de julho deste ano no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares. A colisão com pássaro (bird strike) afetou um voo da Azul (AD2255) que tinha como destino São José do Rio Preto (SP).

O piloto fez o retorno preventivo da aeronave, que passou por inspeção e liberação para seguir viagem, sem feridos. O choque com a ave foi relatada pelo piloto após a decolagem.

As ocorrências resultam em atrasos e cancelamentos que exigem das companhias aéreas o cumprimento da Resolução nº 400 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil, que prevê assistência como alimentação e hospedagem. O custo anual, incluindo manutenção e indisponibilidade de aeronaves, é estimado em R$ 200 milhões.

O estudo mostra que 80% dos casos acontecem nos primeiros minutos após a decolagem ou durante a aproximação para o pouso, fases da operação que ocorrem fora do sítio aeroportuário, dentro da Área de Segurança Aeroportuária (ASA). Em 8% das ocorrências, houve danos às aeronaves, com impacto na programação de voos.

Para a Abear, o enfrentamento do problema passa pela regulamentação da Lei nº 12.725/2012, que trata do controle de fauna nas imediações de aeródromos.


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