SUPOSTO ESQUEMA

Veja o que se sabe sobre a investigação que atinge Renato Cariani

Operação investiga influenciador por esquema de desvio de produtos químicos para produção de drogas
Por Redação 13/12/2023 - 15:24

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Reproduçaõ/SBT
O influencer, empresário e fisiculturista Renato Cariani
O influencer, empresário e fisiculturista Renato Cariani

O influenciador e empresário Renato Cariani, de 47 anos, está sob os holofotes de uma operação realizada pela Polícia Federal. A investigação apura um suposto esquema de desvio de produtos químicos, fundamentais na produção de substâncias como cocaína e crack. 

A ação, desencadeada nesta terça-feira (12), resultou na execução de 18 mandados de busca e apreensão em endereços situados em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. A operação foi conduzida em colaboração entre a PF, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o Ministério Público e a Receita Federal.


Confira abaixo os principais pontos levantados até o momento:


1. Sociedade em empresa investigada

Renato Cariani figura como sócio da empresa Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., localizada em Diadema (SP), um dos alvos dos mandados de busca e apreensão.

2. Desvio de produtos químicos

De acordo com as informações obtidas pela investigação, a Anidrol supostamente emitia notas fiscais falsas, utilizando o nome de grandes empresas farmacêuticas. Essas notas reportavam a venda de substâncias como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila, produtos fundamentais na produção e adulteração de cocaína e crack, conforme alegações da PF.

Ao longo do período investigado, de 2014 a 2020, estima-se que tenham sido desviadas 12 toneladas de produtos químicos, quantidade suficiente para a produção de até 19 toneladas de drogas. Durante esses seis anos, a Anidrol teria emitido 60 notas fiscais fraudulentas, totalizando um valor de R$ 6 milhões, segundo dados fornecidos pela Polícia Federal.

3. Funcionamento do esquema

O esquema operava com pessoas se passando por funcionários de grandes empresas farmacêuticas e realizando depósitos em espécie para a Anidrol, sob a aparência de pagamento pelos produtos. Logo após a entrada desses valores na conta da Anidrol, montantes equivalentes eram transferidos para uma empresa ligada ao ramo automobilístico. A suspeita levantada pela PF é que essa operação servia para lavagem de dinheiro.

4. Descoberta do esquema

A investigação teve início após a Receita Federal abrir uma apuração contra uma grande farmacêutica. De acordo com a PF, a empresa farmacêutica comprovou não ter adquirido os produtos em questão, tampouco ter a Anidrol em sua lista de fornecedores. Além disso, a empresa também demonstrou não realizar pagamentos em espécie.

5. Participação dos sócios

O delegado Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, afirmou em entrevista à GloboNews que as investigações e as 60 notas fiscais suspeitas de fraude evidenciam o pleno conhecimento dos sócios sobre os desvios de produtos químicos.

Galli declarou: "Há diversas informações bem robustas nas investigações que determinam a participação de todos eles de maneira bem consciente. Não há essa cegueira deliberada em relação a outros funcionários. Eles tinham conhecimento daquilo que estava acontecendo dentro da empresa."

6. Perfil de Renato Cariani

Cariani, além de atleta e empresário no ramo fitness, é químico de formação e sócio do grupo Supley, conglomerado que engloba marcas como Max Titanium (suplementos esportivos), Dr. Peanut (alimentos à base de amendoim) e Probiótica (suplementação e nutrição esportiva). Ele também é reconhecido como influenciador fitness e de fisiculturismo, contando com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, onde compartilha conteúdos sobre musculação, dieta e estilo de vida. 

7. Declaração de Renato Cariani

Apesar das tentativas de contato da reportagem por meio de ligações, mensagens em redes sociais e na empresa, não houve resposta. No entanto, Cariani se pronunciou por meio de vídeos publicados no Instagram após o cumprimento do mandado de busca e apreensão em sua residência.

Ele afirmou: "Pela manhã fui surpreendido pelo cumprimento de mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas num processo que eu não sei. Os meus advogados agora vão dar entrada pedindo para ver o processo e aí sim eu vou entender o que consta nessa investigação."

8. Penas previstas

Segundo a Polícia Federal, os suspeitos podem responder por crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. Em caso de condenação, as penas estipuladas podem ultrapassar 35 anos de prisão.


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