JUSTIÇA

STF: indicados por Bolsonaro podem ficar fora de julgamento sobre golpe

Relator Alexandre de Moraes deve optar pela análise na Primeira Turma composta por cinco ministros
Por Redação com Brasil 247 24/11/2024 - 10:16

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Tânia Rêgo/Agência Brasil
Jair Bolsonaro: relatório da PF afirma que ex-presidente teria assumido a liderança de uma organização criminosa com o objetivo de impedir a posse de Lula
Jair Bolsonaro: relatório da PF afirma que ex-presidente teria assumido a liderança de uma organização criminosa com o objetivo de impedir a posse de Lula

Os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça, indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), devem ser excluídos dos julgamentos colegiados relacionados à tentativa de golpe de Estado investigada pela Polícia Federal (PF). 

Essa exclusão é possível porque o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, planeja submeter a denúncia à Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, e não ao plenário, que conta com a participação de todos os 11 magistrados. A informação é da CNN Brasil.

A decisão de Moraes segue a alteração no regimento interno do Supremo, feita em dezembro de 2023, que devolveu às turmas a competência para julgar processos penais. Apesar disso, o relator ainda tem a prerrogativa de levar o caso ao plenário. Fontes da Corte, contudo, indicam que Moraes não deve adotar essa abordagem, segundo a CNM Brasil.

Na Primeira Turma, além de Moraes, estão os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Entre eles, três são indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Fux foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A configuração do colegiado favorece, segundo interlocutores, uma decisão unânime e alinhada ao posicionamento do relator.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve apresentar a denúncia contra Bolsonaro em 2025. O documento será fundamentado em um relatório de mais de 880 páginas da Polícia Federal, que indiciou o ex-presidente Bolsonaro e outras 36 pessoas — em sua maioria militares — por orquestrar um golpe de Estado em 2022.

Segundo a PF, após a derrota para Lula nas eleições de 2022, Bolsonaro teria assumido a liderança de uma organização criminosa com o objetivo de impedir a posse de Lula e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), em 2023. As investigações também revelaram planos macabros, como o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, utilizando artefatos explosivos e métodos de envenenamento.

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