Política

Relator bolsonarista pede arquivamento de ações contra Eduardo

Filho de ex-presidente é acusado de quebra de decoro parlamentar
Por Redação 08/10/2025 - 16:14
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Agência Câmara
Deputado Marcelo Freitas
Deputado Marcelo Freitas

O deputado federal Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG), relator do processo que apura a conduta de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara, apresentou nesta quarta-feira (8) seu voto pelo arquivamento da representação movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é acusado de quebra de decoro parlamentar por atuar contra o Brasil no exterior e incentivar autoridades dos Estados Unidos a aplicarem sanções contra o país e seus agentes públicos. 

O relatório, produzido pelo deputado bolsonarista, poderá ser rejeitado pelo colegiado, e outro relator poderá ser designado caso o processo avance. A informação é do jornalista Augusto de Sousa do DCM.


A denúncia do PT foi protocolada em março, quando Eduardo já estava há pelo menos um mês nos Estados Unidos, participando de encontros com lideranças conservadoras estadunidenses, organizações da direita cristã e membros do Partido Republicano. Segundo a legenda, essas articulações tinham o objetivo de pressionar autoridades brasileiras e desestabilizar instituições republicanas, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Eduardo foi convidado a participar da reunião por vídeo, mas não compareceu e não constituiu advogado, sendo representado por um defensor público. Como não havia advogado da Câmara disponível, a sessão ocorreu com essa representação provisória.

O relatório de Freitas será submetido à votação do colegiado, composto por 21 deputados. Caso aprovado, o processo será arquivado, mas ainda poderá ser levado ao plenário caso haja recurso. Na representação, o PT argumenta que Eduardo extrapolou os limites do mandato ao agir fora do país em defesa de medidas “hostis às autoridades brasileiras” e ao “difamar instituições do Estado democrático de direito”, configurando “ato atentatório à ordem institucional” e ferindo o princípio de representação parlamentar.

Os petistas também citam declarações de apoio público do deputado às sanções econômicas dos Estados Unidos contra produtos e autoridades brasileiras, interpretadas como atentado à soberania nacional.

Além do processo no Conselho de Ética, Eduardo enfrenta questionamentos administrativos na Mesa Diretora da Câmara por excesso de faltas não justificadas, estando fora do país desde o início de 2025. Tentativas de evitar a perda do mandato, como a nomeação para líder da Minoria, foram barradas pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).


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