Investigação
PF encontra arsenal em bunker na mansão do influenciador Buzeira, em SP
Influencer foi preso em operação que investiga lavagem de dinheiro ligada ao tráfico internacional
A Polícia Federal (PF) encontrou um verdadeiro arsenal escondido em um quarto secreto da mansão do influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, em Igaratá, interior de São Paulo. O cômodo, de difícil acesso, funcionava como um bunker e guardava armas de alto poder bélico.
Entre os materiais apreendidos estão fuzis, pistolas, carregadores, mira holográfica, radiocomunicadores e até uma farda semelhante à usada pelo Centro de Operações Táticas (COT) da própria PF. As armas foram recolhidas e passarão por perícia para determinar a origem e eventual registro.
A investigação indica que Buzeira teria ligação com o empresário e contador Rodrigo Morgado, apontado como o responsável por administrar recursos do esquema criminoso. As apurações apontam que parte do dinheiro era direcionada para apostas eletrônicas, conhecidas como bets.
Luxo e ostentação nas redes sociais
Com 28 anos e mais de 15 milhões de seguidores no Instagram, Buzeira já havia sido alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo em fevereiro deste ano, quando agentes cumpriram mandados em imóveis ligados a ele em Mogi das Cruzes.
O influenciador ficou conhecido nas redes por promover rifas e sorteios de carros de luxo, além de ostentar joias, relógios caros, veículos esportivos e até helicópteros. Na época da primeira operação, Buzeira afirmou em vídeo que não tinha relação com os crimes investigados e que apenas havia comprado um carro associado a outras pessoas.
A PF informou que, além da prisão do influenciador, a Operação Narco Bet cumpriu 11 ordens de prisão e 19 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também houve bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões.
A ação contou com o apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (BKA), que prendeu um dos investigados em território alemão. O trabalho é um desdobramento da Operação Narco Vela, que mirou o tráfico de drogas por via marítima a partir do litoral brasileiro.
Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional.



