cultura
Ecad registra alta na arrecadação das festas juninas de 2025
Distribuição de direitos autorais cresce 42%, mas inadimplência ainda preocupa
O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) registrou um crescimento de 42,6% na distribuição de direitos autorais no segmento de Festas Juninas em 2025, alcançando o total de R$ 8,4 milhões. O resultado reflete a força da música nas celebrações populares brasileiras e o esforço da entidade em garantir a remuneração dos criadores.
Ao todo, 15.562 compositores, intérpretes e demais titulares de música foram contemplados com rendimentos, número 38% superior ao de 2024, quando 11.298 profissionais receberam repasses. A distribuição ocorre anualmente em setembro, com base nas execuções musicais registradas entre maio e agosto — período de maior concentração dos festejos.
Durante as Festas Juninas de 2025, a arrecadação total de direitos autorais somou R$ 21,3 milhões. Apesar do avanço, o Ecad aponta que a inadimplência do setor superou R$ 5 milhões. Somando os últimos três anos, os valores não pagos já chegam a cerca de R$ 15 milhões.
Para a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim, o dado evidencia a importância da conscientização sobre o pagamento dos direitos autorais. “A tradição junina é uma das mais importantes manifestações culturais do Brasil, e a música é um elemento essencial dessas celebrações. É fundamental que todos os organizadores de eventos, sejam públicos ou privados, respeitem a legislação e contribuam para a valorização do trabalho dos compositores e artistas”, afirmou.
O Ecad também alertou que o número de inadimplentes pode ser ainda maior, já que muitas prefeituras não informam os custos musicais de seus eventos, o que dificulta o cálculo da cobrança. O problema é recorrente há pelo menos duas décadas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde as festas de São João têm forte tradição e grande público.
Entre as músicas mais tocadas nos festejos de 2025, destacam-se clássicos como “Festa na Roça” (Palmeira e Mário Zan), “Olha pro Céu” (Luiz Gonzaga e José Fernandes de Carvalho), “Frevo Mulher” (Zé Ramalho) e “Pagode Russo” (João Silva e Luiz Gonzaga), reafirmando o papel do forró e dos ritmos regionais como símbolos culturais do período junino.