FLAGRANTE

Presidente de entidade de agricultores é preso pela CPMI do INSS

Carlos Roberto negou envolvimento em fraudes nos descontos de aposentados
Por Câmara dos Deputados 30/09/2025 - 09:37
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Lula Marques/ Agência Braasil.
Reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS para tomar depoimentos do Carlos Roberto Ferreira Lopes
Reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS para tomar depoimentos do Carlos Roberto Ferreira Lopes

O presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira, 30, enquanto prestava depoimento à CPMI do INSS.

Carlos Roberto negou envolvimento em fraudes nos descontos de aposentados, mas afirmou desconhecer detalhes de operações de pessoas e empresas ligadas à entidade, investigadas por irregularidades.

Para o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), Lopes mentiu ao colegiado, mesmo após ter se comprometido a falar a verdade.

"Ele tentou de todas as maneiras nos convencer de que se tratava de uma operação perfeitamente legal e correta. Não é, nós sabemos muito bem que isso é lavagem de dinheiro, dinheiro dos aposentados" afirmou.

Segundo Viana, o presidente da Conafer ocultou informações e tentou convencer o colegiado de que a operação era regular. Ao agir dessa forma, Lopes teria cometido crime de falsidade ideológica.

"Sei que nossa voz de prisão se repetirá, a pessoa será ouvida e liberada, mas há um grito na garganta de todos os brasileiros em relação a essa impunidade", disse o presidente da CPMI.

O pedido de prisão já havia sido feito pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), alegando que Carlos Roberto Ferreira teria praticado o crime de falso testemunho pelo menos quatro vezes ao longo da oitiva.

O relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), informou que, ainda nesta terça-feira, pedirá a prisão preventiva de Lopes ao encarregado do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro André Mendonça.

Os parlamentares entendem que a prisão preventiva é urgente, pois haveria perigo de fuga da testemunha e de que o dinheiro não seja encontrado para ressarcir os cofres públicos.


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