Fase Amarela

Governo recua no isolamento e restringe funcionamento de serviços não essenciais para frear coronavírus

Medidas ficam em vigor por sete dias, até nova avaliação sobre seus efeitos na pandemia
Por Tamara Albuquerque 04/03/2021 - 16:57
Atualização: 04/03/2021 - 17:12
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Agência Alagoas
Renan Filho em coletiva sobre nova fase de isolamento social em Alagoas
Renan Filho em coletiva sobre nova fase de isolamento social em Alagoas

O governador Renan Filho determinou a regressão - da fase azul para amarela - do protocolo de isolamento social controlado. Com isso, o estado aperta as restrições para funcionamento do setor econômico e também para o cidadão. As informações foram repassadas nesta tarde (4) em coletiva com participação de secretários do Governo. A ascensão dos casos de infecção pelo coronavírus, com aumento de hospitalizações e óbitos nas últimas 12 semanas, é a causa apontada para endurecimento das regras de isolamento na pandemia.

O estado estava há sete meses funcionando na fase azul (risco moderado baixo), a penúltima a nortear a reabertura das atividades econômicas e sociais no estado. Mas, na prática, houve um relaxamento generalizado das ações de prevenção contra o coronavírus e o aumento no número de casos, entre outros fatores.  Neta sexta-feira, o boletim epidemiológico da Saúde apontou mais 576 novos casos confirmados de coronavírus no estado, além de outros 13 óbitos.

O recuo no protocolo, segundo Renan Filho, foi decidido baseado na matriz de risco que observa a utilização da capacidade hospitalar, evolução epidemiológica e taxa de evolução da Covid-19.

O decreto do governo estabelecendo as novas regras ficará em vigor por 7 dias e será publicado ainda hoje. Será instituída, segundo Renan Filho, a redução no horário de funcionamento dos shoppings (das 11 às 21 horas); das lojas de ruas (10 às 19 horas); das lojas do Centro (das 9 às 17 horas), com intuito de evitar aglomeração nos transportes coletivos. Bares, restaurantes e similares só ficarão abertos até às 23 horas. Outra decisão determinada pelo governo do estado é a suspensão das cirurgias eletivas, exceto em pacientes com câncer e cardiopatias.

A fase amarela prevê o funcionamento reduzido em número de público em 60%  nos templos, igrejas e demais instituições. A mesma restrição será aplicada a bares e restaurantes, com até 50% da capacidade, assim como o transporte intermunicipal e na área de turismo. O governador também decretou a proibição de qualquer evento, ainda que privado no território alagoano.

Renan Filho disse que a avaliação dos indicadores nessa fase vai determinar se o estado pode endurecer ainda mais as restrições. Ele pediu à população para manter as medidas preventivas individuais e à conscientização de que a Covid-19 é uma doença coletiva, que depende de cada cidadão. 

Alagoas registra 133.220 casos confirmados de infecção pelo coronavírus do início da pandemia até à tarde desta quarta-feira (3). São 3.047 óbitos em todo o estado, que está em situação de alerta em função da alta taxa de ocupação dos leitos de UTI. O boletim da Sesau informa que dos 896 leitos exclusivos para esses pacientes, 577 estavam ocupados nesta tarde, o correspondente a 64% da capacidade.

Os leitos para pessoas com Covid-19 estão divididos em clínicos, intermediários e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e estão presentes em 16 cidades de Alagoas, distribuídos em unidades hospitalares e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A taxa de ocupação dos leitos de UTI, que determina se a rede hospitalar pode entrar em colapso, está próxima dos 70% no estado, tendo atingido o percentual de 68%, de acordo com boletim epidemiológico.

Nesta terça-feira, o governo divulgou matéria com o coordenador do Hospital da Mulher, em Maceió, Álvaro Bulhões, que relatou a preocupação dos profissionais da saúde na linha de frente contra a Covid-19. Segundo ele, está ocorrendo um aumento de internações acima do esperado, principalmente de pacientes graves. O médico alertou sobre a ameaça de colapso da rede, que deixaria a população sem atendimento.

Os municípios vão seguir as determinações do decreto governamental, segundo anunciou o presidente da AMA, Hugo Wanderley.


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