PALANQUE NO RIO
MPF abre inquérito para investigar uso eleitoral do 7 de Setembro por Bolsonaro

O Ministério Público Federal (MPF) abriu, nesta quinta-feira, 8, um inquérito civil para investigar se houve desvio de finalidade da União na organização e realização das manifestações do 7 de Setembro, quando foram celebrados os 200 anos de Independência do Brasil em Copacabana, no Rio.
Foram solicitadas informações ao Ministério da Defesa e aos comandos locais sobre o planejamento adotado para o evento, incluindo gastos, como emissão de diárias e passagens, e outros custos.
À Prefeitura do Rio e ao governo estadual, o MPF pediu informações sobre o apoio material de apoio utilizado no evento. Os procuradores também requereram imagens de emissoras de televisão.
Ao fazer uma análise prévia de evento na Praia de Copacabana, o MPF disse ter identificado elementos para o aprofundamento das investigações, já que, no entendimento dos procuradores, não houve "cuidado e esforço necessário" para separar o bicentenário das manifestações políticas.
O órgão aponta que a transferência de local - da Avenida Presidente Vargas, no Centro, para Copacabana - impediu uma celebração parecida com a do Distrito Federal.
"Havia um palanque na Avenida Atlântica, sem qualquer indicação de função específica, e que estava separado por poucos metros de carro de som onde existiam manifestações políticas. (...) Havia a circulação neste espaço não apenas de autoridades, mas também de pessoas postulantes a cargos eletivos nas próximas eleições", é destacado no documento do MPF.
O inquérito vai avaliar a responsabilidade dos fatos, e possível necessidade de aplicação das medidas de reparação cabíveis para que situações assim não se repitam.