INFLUENCIADOR

MP começa a investigar Hytalo Santos por suspeita de trabalho infantil

O marido de Hytalo, Israel Natan Vicente, e a empresa dele, Euro Influencer LTDA, também são alvos
Por Redação 03/06/2025 - 10:59
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Reprodução/Instagram
O infuenciador digital Hytalo Santos
O infuenciador digital Hytalo Santos

O Ministério Público do Trabalho da 13ª Região abriu uma ação civil pública contra o influenciador Hytalo Santos. A medida é resultado de inquérito que apura suspeitas de exploração de trabalho infantil e outras possíveis infrações. A investigação alcança também empresas ligadas ao influenciador.

A ação, segundo informações publicadas pelo portal Léo Dias, foi formalizada na portaria de 10 de fevereiro de 2025, após a conversão de uma Notícia de Fato. Inicialmente, o foco era a exploração de trabalho infantil em vídeos publicados nas redes. O MPT também investiga possíveis abusos sexuais e outras irregularidades envolvendo crianças.

Entre os alvos estão Hytalo José dos Santos, a empresa Hytalo Santos Youtuber LTDA, seu marido, Israel Natan Vicente, e a empresa dele, Euro Influencer LTDA. Os nomes constam nos documentos do MPT, que indicam infrações trabalhistas e possíveis crimes previstos na legislação penal.

A investigação foi impulsionada por denúncias e publicações antigas do influenciador, já deletadas, que promoviam o grupo “Turma do Hytalo”. O grupo reunia crianças e adolescentes sem contratos formais ou autorização legal para exercer atividades artísticas remuneradas.

A vereadora Eliza Virgínia (PP), de João Pessoa, solicitou investigação ao Ministério Público. Em suas representações, apontou vídeos com linguagem imprópria, possíveis abusos de autoridade e indícios de assédio e exploração infantil nos conteúdos publicados nas redes sociais.

Ex-funcionários de Hytalo ajuizaram ações cobrando mais de R$ 700 mil. Eles relatam assédio moral e sexual, além de jornadas irregulares. Um dos depoimentos afirma que trabalhadores dormiam em condições precárias e eram ameaçados com exposição pública em caso de denúncia.

O Ministério Público busca responsabilizar não apenas o influenciador, mas toda a estrutura empresarial que sustenta sua produção de conteúdo. A estratégia abrange ações civis e possíveis crimes contra a infância, com base no ECA, Constituição e tratados ratificados pelo Brasil.

O promotor Flávio Henrique Freitas Evangelista Gondim, que conduz o inquérito, afirmou que o processo corre em sigilo e está em fase inicial. Segundo ele, ainda não há qualquer conclusão formal e, por isso, não está autorizado a comentar publicamente o caso.

A defesa de Hytalo Santos, por meio do escritório Mouzalas Azevedo Advocacia, afirmou que “está contribuindo ativamente para os procedimentos em andamento, apresentando toda documentação solicitada pelos órgãos responsáveis”, com postura “transparente e colaborativa”.

“Reiteramos que as denúncias que embasam os procedimentos que apuram suposta ‘exploração de trabalho infantil’ são inverídicas. E que a alegação de assédio moral e sexual sequer são objetos de apuração pelo Ministério Público do Trabalho”, diz outro trecho da nota.

A defesa afirma ainda que tais acusações são tratadas em ações movidas por prestadores de serviços, que tramitam sob sigilo e estão sendo contestadas. “A única sentença judicial até o presente, foi favorável ao Influenciador”, declarou a assessoria jurídica.

“Confiamos no trabalho dos órgãos de controle, e reforçamos nosso total interesse no esclarecimento dos fatos veiculados”, afirmou. A nota também menciona que Hytalo Santos pauta suas relações “em respeito, ética, legalidade e responsabilidade”.


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