Esporte
Mírian Monte rebate acusações do Conselho do CSA
Ex-presidente explicou irregularidades em pagamentos, empréstimos e gestão do CT
A ex-presidente do CSA, Mírian Monte, se manifestou após as acusações feitas pela junta formada por conselheiros do clube, apresentadas em coletiva de imprensa na última segunda-feira, 22.
Em nota enviada à imprensa, Mírian, que já renunciou ao cargo, respondeu item por item.
Pagamento de “bichos”
Ela afirmou que os valores foram definidos em fevereiro deste ano pela diretoria de futebol e aprovados pelos demais diretores. Os acordos com os atletas incluíam:
Copa do Nordeste: R$ 30 mil por vitória e R$ 15 mil por empate fora de casa; 30% da premiação por mudança de fase.
Campeonato Alagoano: R$ 30 mil em clássicos, R$ 50 mil na final e R$ 100 mil pelo título.
Copa do Brasil: 30% da premiação nas duas primeiras fases e 50% a partir da terceira.
Série C: R$ 50 mil por vitória e R$ 30 mil por empate fora de casa.
Depósitos em conta de dirigente
Segundo Mírian, isso ocorreu até agosto de 2024, com os valores sendo depositados na conta do coordenador de futebol, Jadson Oliveira, por orientação da diretoria. Ela afirmou: “Comprovantes de transferência para os jogadores se encontram com a contabilidade do Clube e até a presente data não houve nenhuma reclamação de jogadores que tenham deixado de receber.” A partir de então, os pagamentos passaram a ser feitos diretamente nas contas dos atletas.
Retirada de documentos e câmeras do CT
Sobre a retirada de documentos após o rebaixamento para a Série D, Mírian disse que foi uma recomendação administrativa para digitalização e segurança, diante do risco de protestos. “Acrescento que essas foram orientações do superintendente administrativo e financeiro Élcio Tenório, seguindo recomendação do supervisor de registros Francisco José, com o objetivo de que os acordos e rescisões se iniciassem no outro dia, para garantir a segurança dos atletas e funcionários,” afirmou. Os papéis foram devolvidos no dia seguinte.
Já em relação às câmeras, a ex-presidente se disse surpresa com a acusação de suposta exclusão de imagens.
Trabalho no fim de semana
Sobre a força-tarefa realizada após o rebaixamento: “Diante do final da temporada, no dia 30.08.2025, e da urgência em virtude do fechamento da janela de contratações, foi necessário que advogados, contabilidade, setor de registros e departamento de futebol trabalhassem no domingo e na segunda-feira para agilizar acordos e liberações dos atletas.”
Empréstimos com “agiotas”
Mírian negou a acusação e explicou que os empréstimos foram feitos por conselheiros, diretores e torcedores, sem cobrança de juros. Um deles, de R$ 376,25 mil, teve como avalista o superintendente Élcio Tenório. “Importante frisar que nenhum bem ou patrimônio do clube foi alcançado nesta avença.” Todos os empréstimos, afirmou, já foram quitados.
Patrocínios e comissões
Segundo a ex-presidente, devido à ausência de patrocinadores em 2024, foi adotada uma política de captação com comissão de 5%. Foram pagas três comissões, somando R$ 87 mil. “Na oportunidade, é imprescindível destacar a riqueza gerada ao clube com a celebração de patrocínios privados. Em 2025, só de patrocínios privados o CSA recebeu R$ 2.687.000,00.”
Estrutura do CT
Mírian lembrou que o CT foi ocupado precariamente em 2023 e ainda apresentava problemas estruturais. “Mesmo assim, dentro das possibilidades financeiras e com todas as dificuldades de todos conhecidas, foram realizadas manutenções imprescindíveis ao seu funcionamento, o que viabilizou a aprovação do CT pela CBF e pela FIFA para a utilização durante a Copa do Mundo Feminina de 2027.”
Contabilidade e passivo
Segundo ela, todos os documentos contábeis e financeiros estão sob responsabilidade da contabilidade do clube. “Previsões de receitas e despesas podem ser obtidas com uma simples consulta à contabilidade do CSA.” O fechamento da gestão até 2 de setembro de 2025 será divulgado nas próximas semanas.
Arquivos desorganizados
Mírian afirmou que gestões anteriores não digitalizavam documentos fiscais e que a organização em prateleiras começou apenas em sua administração, embora sem conferência completa.
Contrato de uniformes
“Houve descumprimento de contrato para fornecimento de 5 mil peças, com utilização superior a 6 mil, o que gerou ação judicial e rescisão contratual.”
Direitos trabalhistas
Ela afirmou que o 13º salário de todos os funcionários do CT foi pago e que as férias são quitadas à medida que são usufruídas. “Para os jogadores, os pagamentos ocorrem no encerramento da temporada, durante rescisões e acordos.”
Mírian Monte finalizou reforçando estar à disposição do CSA para prestar novos esclarecimentos caso sejam necessários.