CIÊNCIA
Fusão de buracos negros confirma teoria de Hawking após 50 anos
Estudo confirma lei da área e reforça previsões da relatividade de Einstein
A fusão de dois buracos negros, registrada por cientistas a partir da detecção de ondas gravitacionais, confirmou uma teoria proposta há 50 anos pelo físico britânico Stephen Hawking. O evento cósmico aconteceu a 1,3 bilhão de anos-luz da Terra, em uma galáxia fora da Via Láctea, e foi divulgado na sexta-feira, 12, pela revista Physical Review Letters.
Segundo os pesquisadores, os buracos negros tinham 34 e 32 vezes a massa do Sol. Em frações de segundo, eles colidiram e deram origem a um único buraco negro, com cerca de 63 massas solares, girando a 100 rotações por segundo. O fenômeno confirmou o chamado “teorema da lei da área”, formulado por Hawking em 1972, segundo o qual o horizonte de eventos do buraco negro resultante sempre será maior que a soma das áreas individuais, mesmo com perdas de energia em ondas gravitacionais.
O sinal que possibilitou a análise, batizado de GW250114, foi detectado na terça-feira, 14 de janeiro, nos observatórios LIGO, nos Estados Unidos. De acordo com os cientistas, o estudo do “ringdown” — a fase final após a fusão, em que o novo buraco negro emite ondas gravitacionais em padrões específicos — permitiu confirmar com alto grau de precisão a hipótese de Hawking.
A descoberta reforça também previsões fundamentais da teoria da relatividade geral de Albert Einstein. Para os pesquisadores, o avanço representa o teste mais rigoroso já feito sobre a física dos buracos negros e abre caminho para novos experimentos que devem aprofundar o entendimento sobre a gravidade nos próximos anos.