Tecnologia
O que explica os apagões na AWS e na Cloudflare? Veja as explicações
Especialistas dizem que a centralização de serviços tornou apagões mais prováveis
Nas últimas semanas, usuários do mundo inteiro enfrentaram instabilidades em sites, aplicativos e serviços essenciais. O motivo: dois dos maiores pilares da internet moderna, AWS e CloudFlare, registraram falhas quase consecutivas e reacenderam o debate sobre a dependência global dessas plataformas.
A queda mais recente aconteceu na manhã desta terça-feira, 18, quando um problema na CloudFlare causou lentidão e erros de acesso em redes sociais como X (antigo Twitter), ChatGPT, Canva e até redações como o Extra, Tribuna Hoje, GazetaWeb e outros. A empresa reconheceu um “pico anormal de tráfego” que sobrecarregou parte da sua rede e provocou o apagão.
O cenário não é isolado. No fim de outubro, a Amazon Web Services (AWS), considerada a maior provedora de nuvem do mundo, enfrentou um problema técnico que deixou centenas de serviços fora do ar. Um bug no DynamoDB, banco de dados usado por grandes aplicações, interrompeu operações e evidenciou a dimensão da dependência empresarial da AWS.
Dois tipos de falhas, um mesmo impacto
A CloudFlare funciona como uma espécie de “camada intermediária” entre sites e usuários. Ela entrega conteúdos mais rapidamente, protege contra ataques e ajuda páginas a lidarem com picos de tráfego. Quando cai, não é o servidor do site que falha, é o caminho até ele que se rompe. O resultado é simples: páginas continuam existindo, mas não carregam.
Já a AWS toca diretamente na base. Hospeda servidores, bancos de dados e sistemas completos. Uma falha na plataforma derruba operações inteiras, impactando desde serviços de streaming até companhias aéreas e comércio eletrônico.
Profissionais do setor afirmam que a repetição desses incidentes não é mero acaso. A soma entre complexidade técnica, crescimento acelerado, picos imprevisíveis de tráfego e centralização torna o ambiente digital mais vulnerável.
Para analistas, os dois apagões recentes são um alerta de que falhas continuarão acontecendo. A diferença estará em como cada empresa se prepara para enfrentá-las e na capacidade do setor de diversificar sua infraestrutura para evitar que um único ponto de falha desestabilize milhões de usuários ao mesmo tempo.



