MACEIÓ

Morre filha de idosa que se suicidou e deixou bilhete culpando a Braskem

Mãe teria ingerido veneno e o oferecido à filha, que tinha deficiência intelectual
Por Redação 21/11/2024 - 20:25

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Reprodução/TV Pajuçara
Idosa teria deixado um bilhete
Idosa teria deixado um bilhete

A filha da idosa que cometeu suicídio e foi encontrada ao lado de um bilhete no qual culpava a Braskem, em Maceió, morreu no Hospital Geral do Estado (HGE). A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 21, pelo Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB).

Elenilma Silvestre de Souza, de 40 anos, foi encontrada por familiares agonizando dentro da casa onde morava com a mãe, conhecida como Dona Pureza, de 63 anos. Segundo vizinhos, a idosa teria ingerido veneno e também teria envenenado a filha, que tem deficiência intelectual, e um gato.

Dona Pureza deixou um bilhete no qual diz estar infeliz com as consequências da mineração feita pela Braskem no bairro onde mora. O bilhete dizia: "Cada vez que eu vejo os benefícios da Braskem, a minha desilusão aumenta. Estou cada vez mais depressiva em saber que vou ficar nesse isolamento para sempre". 

Ainda conforme os vizinhos, a tinha sintomas de depressão por causa do afundamento do solo e suas consequências. Parte dos moradores dos Flexais dizem estar isolados socialmente e sem direito à indenização.

"Dona Pureza, uma das tantas vítimas do crime ambiental provocado pela Braskem, carrega um histórico de sofrimento e descaso institucional. A ligação entre as condições de vida impostas pela devastação de bairros inteiros em Maceió e o impacto na saúde mental das pessoas atingidas não pode ser ignorada. A precariedade, o desamparo e a ausência de reparação justa têm gerado cicatrizes profundas nas famílias que perderam tudo: suas casas, suas comunidades e, em muitos casos, sua dignidade", afirma, em nota, o MUVB.

"Esse caso trágico evidencia, mais uma vez, a urgência de uma responsabilização concreta e efetiva da Braskem, tanto pelos danos ambientais quanto pelas consequências humanas que continuam a se desdobrar. É inadmissível que os atingidos sigam sofrendo, física e emocionalmente, sem que medidas sejam tomadas para oferecer suporte integral e imediato", continua o texto.

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