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Lelo Maia leva ao MP suspeita de vínculo entre multas e benefícios no DMTT
Deputado questiona modelo de remuneração e cita possíveis distorções
O deputado estadual Lelo Maia (União Brasil) anunciou que vai encaminhar ao Ministério Público Estadual (MPAL) um levantamento em que aponta possível relação entre a arrecadação de multas aplicadas pelo Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) de Maceió e o pagamento de benefícios a servidores do órgão.
Segundo dados divulgados pelo parlamentar, em 2024 a Prefeitura de Maceió teria arrecadado cerca de R$ 27 milhões em multas de trânsito, dos quais R$ 16,5 milhões – quase 60% do total – teriam sido destinados ao pagamento de benefícios internos.
De acordo com Maia, a distribuição desses valores indicaria um tratamento desigual entre servidores que exercem a mesma função. Ele cita casos em que agentes com salário-base inferior a R$ 1 mil teriam recebido mais de R$ 13,7 mil em vantagens em determinado período, enquanto outro servidor, com remuneração de cerca de R$ 3,5 mil, teria recebido aproximadamente R$ 25,5 mil em benefícios. Em contraste, agentes da mesma carreira teriam recebido apenas valores simbólicos, na faixa de R$ 250 a R$ 500.
Nas redes sociais, o deputado afirma que os números sugerem um incentivo indireto ao aumento das autuações. “Os agentes de trânsito ganham mais quando multam mais. Eu vou provar isso”, disse, ao classificar o modelo como mais um indício da chamada “indústria da multa”. Ele sustenta que a forma de concessão dos benefícios é “subjetiva” e defende que o Ministério Público apure se há irregularidades na política de remuneração variável.
A ofensiva política de Lelo Maia ocorre após um episódio em que o deputado discutiu com agentes do DMTT durante uma ação de fiscalização em Maceió. O vídeo da abordagem ganhou repercussão nas redes sociais e motivou uma série de relatos de motoristas que afirmam ter sido prejudicados por abordagens consideradas excessivas ou por elevado número de multas. A partir daí, o parlamentar passou a tratar o tema como uma bandeira permanente de mandato, vinculando as reclamações sobre fiscalização ao modelo de pagamento de benefícios.



