A Polícia Civil de Alagoas prendeu, na terça-feira, 19, José Ricardo Ângelo, conhecido como "Gordão", apontado como chefe do PCC no estado. Ele foi localizado em Taboão da Serra, São Paulo, em um apartamento de luxo. Sua esposa também foi detida. Os mandados foram expedidos pela Justiça de Alagoas.

A prisão ocorreu durante a Operação Lavagem Paulista, deflagrada pela PC-AL. A ação desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 30 milhões em dois anos, utilizando empresas de fachada, laranjas e um contador que estruturava a movimentação financeira.

Segundo a polícia, o grupo era comandado por um paulista que morava em Balneário Camboriú, Santa Catarina, já apontado como um dos principais líderes da facção no Nordeste. Ele também foi preso. Em Alagoas, outros investigados foram detidos e os mandados ainda estavam em cumprimento até o fim do dia.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que "Gordão" foi abordado. A ação teve a participação da 5ª Delegacia da DISCCPAT/DEIC de São Paulo e agentes de Alagoas. Em SC, a Diretoria de Inteligência e a Delegacia de Navegantes deram apoio ao cumprimento das ordens judiciais.

Durante a operação, foram apreendidos dois veículos Porsche avaliados em mais de R$ 1 milhão cada, além de um carro blindado, roupas, bolsas e relógios de grife. Em Santa Catarina, os policiais encontraram um apartamento com porta blindada e objetos de alto valor ligados ao esquema criminoso.

De acordo com a investigação, "Gordão" tem passagens por porte de armas pesadas e é suspeito de envolvimento em homicídios, incluindo a execução de uma vítima com tiros de fuzil em Balneário Camboriú. Ele utilizava o esquema de lavagem para sustentar gastos com lanchas, motos aquáticas e viagens.

Em Alagoas, a parte operacional foi realizada pelo Tático Integrado de Grupos de Resgate Especial, o Tigre, vinculado à CORE. A operação foi coordenada pela Diretoria de Inteligência Policial de Alagoas, com apoio das Polícias Civis de São Paulo e Santa Catarina.