INQUÉRITO
“Vontade de matar é inconteste” diz delegado ao indiciar médica
Versão de legítima defesa apresentada pela suspeita foi afastada pela investigação
“O intuito homicida, a vontade de matar da suspeita, é inconteste”, afirmou o delegado Everton Gonçalves ao apresentar a conclusão do inquérito sobre a morte do médico Alan Carlos de Lima Cavalcante nesta terça-feira, 2. A ex-esposa dele, Nadia Tamyres, foi indiciada por homicídio qualificado após análise da Delegacia de Homicídios de Arapiraca (DHA).
O delegado informou que o trabalho policial foi conduzido apenas com elementos oficiais e disse que “o resultado exposto é fruto unicamente dos elementos informativos colhidos na instrução do inquérito”. Ele ressaltou que a repercussão do caso não interferiu nas diligências.
"A autoria delitiva é clara pelo que se viu nas imagens e pela confissão da investigada, indicando que todos os disparos foram realizados na direção da vítima", explicou o delegado ao destacar que as câmeras de segurança e a confissão da investigada foram essenciais.
A versão de legítima defesa apresentada pela suspeita foi afastada pela investigação. O delegado declarou que “não foram coletados elementos que apontassem para uma injusta agressão atual ou iminente”, citando que a vítima deu marcha à ré no carro antes de ser atingida.
O delegado também observou que a suspeita mencionou ter acreditado estar em risco, mas disse que essa percepção não justificou o disparo. Ele afirmou que a hipótese de erro sobre a situação deve ser debatida no processo judicial e não afasta o indiciamento.
“isso não é suficiente para justificar o erro apresentado pela investigada”, esclareceu ao comentar o histórico de conflitos do casal, incluindo processos e acionamentos policiais.
A investigação apontou ainda que a vítima não descumpria medidas protetivas no dia do crime. O delegado afirmou que o médico estava a mais de setecentos metros da casa da suspeita e que a aproximação registrada não representava violação de decisão judicial.
O inquérito segue agora ao Ministério Público, que poderá requisitar novas diligências, apresentar denúncia ou pedir o arquivamento. Segundo o delegado, as qualificadoras foram mantidas pelo entendimento de que houve motivação considerada fútil e ataque sem chance de reação.



