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Por alianças estaduais, PT pondera discurso: 'Ciro não é inimigo'
Nos últimos dias, o PT tem se dedicado a afastar a possibilidade de aliança com o pré-candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes. A hipótese passou a ser ventilada depois de declarações feitas por alguns líderes petistas, a exemplo do ex-governador da Bahia Jacques Wagner.
Ele chegou a cogitar até mesmo que o PT não encabeçasse uma chapa na corrida ao Planalto. “Sou suspeito nesta matéria porque sempre defendi que, após 16 anos, estava na hora de ceder a precedência. Sempre achei isso. Não conheço na democracia ninguém que fique 30 anos. Em geral fica 12, 16, 20. Defendi isso quando o Eduardo Campos ainda era vivo. Estou à vontade neste território”, afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, na semana passada.
A declaração gerou mal-estar dentro do partido. Na avaliação de uma ala da legenda, esse tipo de postura enfraquece a luta pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há um mês. Para alguns líderes, não deve haver nenhum plano alternativo à candidatura do ex-presidente.
No entanto, agora, dirigentes já começam a manifestar preocupação também com o tom que está sendo usado. Entendem que, apesar de manter o nome de Lula como única opção ao Planalto, não deve haver qualquer tipo de constrangimento a Ciro.
De acordo com informações da coluna Painel, da Folha, o objetivo é claro: não prejudicar alianças nos estados ou em um possível segundo turno da disputa presidencial. Por isso, a cúpula entende que o pedetista não deve ser tratado como desafeto nem exposto de maneira desnecessária.
“Não se cogita outro candidato. Nossa prioridade é libertar o Lula e finalizar o plano de governo. Agora, Ciro não é inimigo e não deve ser tratado como tal”, diz Emidio de Souza, tesoureiro do PT.