ELEIÇÕES 2018
TSE pede a Bolsonaro e Haddad três medidas contra fake news
A ministra Rosa Weber, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), pediu aos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) que tomem três medidas na propaganda eleitoral e em atos de campanha para combater fake news.
A magistrada quer que os candidatos defendam a integridade da Justiça Eleitoral; declarem que não apoiam a disseminação de notícias falsas; e evitem discursos de violência.
Rosa, o vice-presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e o ministro Edson Fachin -todos do Supremo Tribunal Federal e que compõem o TSE- se reuniram na noite desta quarta-feira, 17, com advogados de Bolsonaro e com o comando da campanha de Haddad.
Gustavo Bebbiano, braço-direito de Bolsonaro e coordenador de sua campanha, foi convidado, porém não compareceu. Três advogados do candidato participaram do encontro.
A reunião foi convocada pela presidente do TSE. Desde segunda-feira (15) ela tem conversado com diferentes grupos para tentar encontrar uma maneira de reduzir o impacto das fake news na eleição.
A própria ministra recebeu ameaças e pediu à Polícia Federal que investigue a origem de uma mensagem endereçada a ela com questionamentos sobre a lisura do processo eleitoral.
Segundo relatos, os ministros se mostraram preocupados com os ataques à Justiça Eleitoral.
Rosa abriu a reunião defendendo a Justiça Eleitoral, afirmou que em 22 anos de uso da urna eletrônica nunca houve questionamentos sobre os resultados das eleições e disse que colocar o sistema em dúvida fragiliza o Poder Judiciário.
A ministra disponibilizou às campanhas a possibilidade de levarem observadores internacionais ou peritos específicos para acompanhar a apuração.
Em seguida, Barroso destacou que nunca foi comprovado nenhum tipo de violação nas urnas e que a desinformação representa um déficit civilizatório, enquanto Fachin defendeu o poder das eleições como cerne da democracia.
Eles pediram sugestões sobre o que pode ser feito para combater notícias falsas e ouviram as demandas e as reclamações das campanhas.
A equipe de Bolsonaro disse que ele não pode ser responsabilizado por ataques feitos por supostos apoiadores e que não há incitação de violência por sua parte.
O PT afirmou que sempre respeitou o resultado das urnas e que entendeu como violência a frase sobre "fuzilar a petralhada" dita pelo adversário no Acre.
A reunião durou cerca de uma hora e meia.
"A presidente reforçou, como tem feito, a confiança que se deve ter nas urnas eletrônicas", disse a jornalistas o advogado Tiago Ayres, que defende Bolsonaro. "Mas toda crítica só acontece em um processo democrático", acrescentou.
Já Emídio de Souza disse que a corrida presidencial está sendo feita com base na disseminação de informação falsa sobre Haddad e com violência por parte de apoiadores de Bolsonaro.
"Dissemos aos ministros que a disseminação de fake news dessa forma deforma a democracia brasileira e altera o resultado eleitoral", afirmou, ao deixar o tribunal.