BOLSONARO EM LIBRAS

Não sabia como chamar Haddad de poste, diz tradutora

Por UOL 31/10/2018 - 08:55

ACESSIBILIDADE

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Fake news, comunismo e kit gay. Estes termos, tão presentes no vocabulário do presidente Jair Bolsonaro não são difíceis de serem traduzidos para Libras (a Língua Brasileira de Sinais), afirma Angela Mariano Julião, professora da linguagem para surdos e uma das três profissionais que sempre acompanham o político em seus discursos. 

O desafio, ela conta, foi explicar para surdos e deficientes auditivos o apelido que o político do PSL usava para chamar seu adversário, Fernando Haddad, durante a campanha: poste. 

"A equipe de Bolsonaro me explicou o contexto de que Haddad estaria obedecendo às ordens do Lula e, baseado nisso, fiz a interpretação. Eram quatro sinais: o de metáfora (a mão direita aberta e a esquerda pontua com o indicador a frente e as costas da direita), Haddad (que são os dedos em forma de H, como se fosse um chifrinho, girando em frente da testa), o de poste e o de rosto", explica Angela. 

Angela e Bolsonaro se conheceram em 2017. Eles foram apresentados por uma aluna dela, que frequenta a mesma igreja evangélica de Michelle Bolsonaro, a primeira-dama, que é também uma estudiosa das Libras. “Eu ouvia que ele era machista e eu sou uma mulher que luta pelo meu espaço na sociedade; então, estava com medo”, fala a profissional, que mal saiu do lado do então candidato na maior parte da campanha. Mas, segundo Angela, o político "é simples e carinhoso" com a filha Laura, de oito anos, e com a mulher. "Ele é de boa, muito bonzinho”, afirma. A amiga de Michele, aliás, é uma das criadoras da página no Facebook chamada BolsoSurdos. 


Encontrou algum erro? Entre em contato