SEGUINDO A TRADIÇÃO

Exército e Marinha não vão antecipar entrega de cargos em oposição ao governo

Aeronáutica ainda não decidiu de declina da ideia considerada insubordinação
Por Redação com O Poder360 05/12/2022 - 13:34
Atualização: 05/12/2022 - 13:45
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Divulgação/FAB/Arquivo
Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior defende entregar o cargo antes da data tradicional
Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior defende entregar o cargo antes da data tradicional

Os comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea Brasileira avaliaram antecipar a troca dos chefes das Forças, mas declinaram da ideia nos últimos dias. Segundo matéria publicada nesta segunda-feira, 5, pelo site Poder360,  militares do alto escalão do Exército e da Marinha se opuseram à quebra da tradição e aconselharam o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeira Baptista Júnior, a aguardar a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para realizar a cerimônia de troca de comando.

O Exército, força mais popular e com maior efetivo das 3, reuniu o Alto Comando e constatou que a mudança antecipada traria interpretações desencontradas. Como forma de evitar críticas relacionadas à insubordinação, optaram por seguir o fluxo tradicional. Já os militares que defendiam a antecipação da troca disseram que a manobra evitaria uma situação avaliada como constrangedora: a de passar os cargos na gestão do presidente que não os nomeou. Tradicionalmente, o rito acontece em janeiro do ano seguinte às eleições.

A ideia de antecipar a troca nos comandos das Forças foi chancelada pelo atual comandante da FAB. Ele é considerado o mais bolsonarista do trio de chefes das Forças. A FAB, então, considerou fazer a troca em 23 de dezembro. 

É praxe, ainda, a saída dos antigos e a apresentação dos três novos comandantes de forma unificada. Em março de 2021, o então ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, mudou todo o 1º escalão e nomeou novos comandantes das Forças Armadas de uma só vez: Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, no Exército; Almir Garnier Santos, na Marinha; e Baptista Junior, na Aeronáutica. Essa troca dos comandantes militares ocorreu no dia seguinte à demissão de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa

Com essas indefinições na caserna, Lula cogita formalizar o nome de seu futuro ministro da Defesa o quanto antes. José Múcio Monteiro, ex-presidente do Tribunal de Contas da União deve ocupar o cargo de ministro. Múcio tem 74 anos, foi deputado federal por Pernambuco e ministro da Secretaria de Relações Institucionais. Ele e Lula se reuniram no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, onde trabalha a equipe de transição de governo.


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