CARA DE PAU
Bolsonaro: 'Se toma poder num domingo? Tem que mirar cadeira ocupada'
O ex-presidente questionou o teor golpista dos atos de 8 de janeiro, após o depoimento à PF
Após depor à Polícia Federal e negar envolvimento em suposta trama para derrubar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro deu entrevista aos jornalistas nesta quarta, 12, à porta da sede da PF, em Brasília, e fez uma defesa enfática de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid. O militar está na mira de uma sucessão de investigações e, nesta terça, 11, compareceu à CPMI do 8 de janeiro - na qual se calou.
"Por que o telefone do Cid tinha tanta coisa? Ele nunca se preocupou em apagar nada. O telefone dele eu chamo de muro das lamentações ou uma caixa postal. Tudo que chegava pra nós, para tratar com o presidente, com os ministros, tudo chegava no telefone do Cid. Acredito que metade ele nem conseguia abrir", disse Bolsonaro.
O ex-presidente citou um diálogo encontrado no celular de Mauro Cid - o contato do major Ailton Barros, alvo da Operação Venire, que também visa Bolsonaro. "Nem sei se o Cid abriu essa mensagem." A PF encontrou no celular do ex-militar mensagens com 'tratativas de um golpe de Estado'.
Aos jornalistas, o ex-presidente questionou o teor golpista dos atos de 8 de janeiro, após o depoimento à PF. "Se toma poder num domingo? Você tem que mirar cadeira ocupada", afirmou. "Dizer que o 8 de janeiro teria sido golpista, pelo amor de Deus. Você não vai dar golpe em um domingo, sem canivete, sem arma nenhuma", declarou.
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