'PERDEU O RESPEITO'
'Anão moral', diz Renan sobre recondução de Augusto Aras à PGR
Procurador-geral da República foi nomeado por Bolsonaro em 2019 e reconduzido ao posto em 2021
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez uma publicação nesta segunda-feira, 17, nas redes sociais na qual chamou o procurador-geral da República, Augusto Aras, de "anão moral" e disse que Aras perdeu o respeito dos ministros do Supremo.
"Aras perdeu uma condição fundamental a qualquer PGR: o respeito dos Ministros do Supremo. Seria um anão moral. A Corte sabe muito bem o que ele fez nos verões passados: engavetou investigações contra Bolsonaro e silenciou no golpe", escreveu o senador.
Faltando menos de dois meses para encerrar o segundo mandato, Aras iniciou uma espécie de campanha nas redes sociais e nos bastidores do Ministério Público Federal (MPF). Discreto e avesso às manifestações na mídia tradicional, nas últimas semanas, Augusto Aras declarou, nas redes sociais, ter demonstrado, nos últimos quatro anos, disposição para "desestruturar as bases do lavajatismo".
A recondução de Aras, que antes parecia improvável, vem sendo defendida por alas influentes do PT. Aliados do presidente acreditam que o atual PGR é um moderador e é um perfil garantista para o governo. Eles também apontam as críticas do chefe do MPF à Lava-Jato.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já avisou que não seguirá a lista tríplice elaborada pelas entidades de classe, mas ainda não divulgou quem será o escolhido. Aras foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e reconduzido ao posto em 2021. A gestão na PGR foi marcada por duras críticas e até mesmo comparações a Geraldo Brindeiro — conhecido como "engavetador-geral". O receio de Lula é que a imagem de Aras seja extremamente associada à gestão de Jair Bolsonaro.
Mesmo com o anúncio de Lula que não seguirá a lista tríplice, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) realizou, em 21 de junho, um pleito com os indicados para a PGR. Foram eleitos: Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e José Adonis Callou. O chefe do Planalto também deve receber o presidente da entidade, Ubiratan Cazetta, nos próximos dias para discutir o assunto.
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