POLÍTICA

"Bolsonaro genocida" volta aos trending topics do Twitter; entenda o motivo

Relatórios feitos por agentes de segurança do governo anterior reforçam que o ex-presidente ignorou recomendações durante a pandemia de covid-19
Por Redação 28/07/2023 - 19:10
Atualização: 28/07/2023 - 19:07
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Agencia Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro

Nesta sexta-feira, 28, "Bolsonaro genocida" voltou a aparecer nos trends topics do Twitter. Isso porque os internautas repercutem a informação de que relatórios elaborados por agentes de inteligência reforçam a percepção de que o ex-presidente ignorou tanto as recomendações do Ministério da Saúde quanto as informações levantadas pelos agentes de inteligência, inclusive aquelas provenientes do Palácio do Planalto.

Mais de mil relatórios sobre a pandemia da covid-19 foram elaborados por gentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo de Jair Bolsonaro, ou sem identificação de autor. Os documentos projetavam um aumento no número de casos e mortes no Brasil e foram mantidos em sigilo durante o período compreendido entre março de 2020 e julho de 2021.


Dentro desses documentos, havia referências ao distanciamento social e à vacinação como medidas eficazes para o controle da doença, estudos que desaconselhavam o uso da cloroquina e alertas sobre o risco de colapso no sistema de saúde e funerário do Brasil. Os relatórios também apontavam a falta de transparência do governo Bolsonaro na divulgação dos dados da pandemia, bem como a lentidão do Ministério da Saúde em definir estratégias de testagem e combate à doença.

Na maioria dos relatórios, foram projetados três cenários de avanço dos casos e mortes pela Covid-19 no Brasil, classificados de acordo com a gravidade, para as próximas duas semanas. Ao longo da pandemia, Bolsonaro contrariou técnicos de saúde e agentes de inteligência ao promover aglomerações e desconsiderar as recomendações para evitar a propagação do vírus. Em diversos momentos, ele minimizou a gravidade da doença e criticou as medidas de restrição e prevenção.

Os dados apresentados pelos agentes de inteligência geralmente se aproximaram das estatísticas efetivamente registradas. Em algumas ocasiões, no entanto, a realidade superou as expectativas projetadas pela Abin. Em 7 de abril de 2021, o Brasil alcançou a marca de 341.097 mortos, conforme os dados do consórcio de veículos de imprensa. As projeções do setor de inteligência, feitas em 26 de março, estimavam um cenário de 330.216 a 338.558 mortos, nos melhores e piores casos, respectivamente, para essa mesma data.

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