ESQUEMA DE ESPIONAGEM
Família Bolsonaro saiu de barco e pode ter destruído provas após a chegada da PF
PF apreende computador da Abin com Carlos Bolsonaro
Carlos Bolsonaro é vereador do Rio de Janeiro e jamais teve um cargo na administração federal, tampouco na Abin. No entanto, o ex-diretor da agência, o hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), tem uma relação umbilical com o clã Bolsonaro, especialmente com Carlos.
Segundo a GloboNews, os Bolsonaro estavam na casa quando os policiais federais chegaram com os mandados de busca e apreensão. No entanto, teriam deixado o local em uma lancha e retornado horas depois. Advogados ouvidos pela reportagem do Brasil 247 levantaram a hipótese de destruição de provas e de equipamentos eletrônicos, que podem ter sido lançados ao mar. Salgada, a água do mar possui uma condutibilidade elétrica maior e pode destruir facilmente um circuito elétrico de um equipamento eletrônico.
Segundo informações da Polícia Federal, Carlos Bolsonaro é “a principal pessoa da família que recebia informações da Abin paralela”. As investigações indicam ainda que teria partido dele a ideia de criar esse grupo paralelo, para usar a estrutura da Agência Brasileira de Informação no monitoramento ilegal autoridades públicas e outras pessoas.
Mais cedo, ao anunciar que a operação de hoje pretende identificar os "principais destinatários e beneficiários” de informações produzidas ilegalmente pela Abin, a PF informou que cumpre oito mandados de busca e apreensão. Cinco deles no Rio de Janeiro e os demais em Brasília, Formosa (GO) e Salvador (BA).Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro, foram encontrados equipamentos que seriam de propriedade da Abin. Diante disso, a coordenação de comunicação social da agência informou à Agência Brasil que "iniciou imediatamente apuração sobre o caso".
A suspeita é de que Carlos Bolsonaro, conhecido como filho "02" de Jair Bolsonaro, tenha recebido "materiais" obtidos ilegalmente pela Abin. Até o momento, a Polícia Federal não divulgou informações oficiais sobre a operação. A investigação da PF, que já dura meses, visa determinar se a Abin foi "instrumentalizada" para realizar monitoramento ilegal de diversas autoridades, pessoas comuns envolvidas em investigações e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na última quinta-feira (25), Alexandre Ramagem foi alvo de buscas, resultando na apreensão de quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives em seus endereços. A TV Globo apurou que, entre os itens apreendidos, havia um notebook e um celular pertencentes à Abin. As investigações apontam para crimes relacionados ao uso do software "First Mile", uma ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio de seus celulares.
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