Madeleine Mccann: julgamento de suspeito é adiado por causa de post sobre Bolsonaro

O suspeito principal no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, ocorrido há 17 anos, Christian Brückner, teve o início do julgamento adiado pela justiça alemã nesta sexta-feira, 16. Além das investigações sobre o desaparecimento de McCann, o homem de 47 anos enfrentará três acusações de estupro e duas de abuso sexual infantil, ocorridos entre 2000 e 2017 em Portugal.

O adiamento no tribunal de Brunswick, no norte da Alemanha, ocorreu após a defesa do suspeito levantar questões sobre a imparcialidade de uma jurada psicoterapeuta infantil. Segundo a defesa, a profissão da jurada poderia comprometer a objetividade do caso.

Além disso, a defesa de Brückner afirmou que a jurada teria pedido nas redes sociais o assassinato do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. De acordo com o jornal alemão Bild, a postagem foi feita em 2019 no Twitter, ameaçando Bolsonaro. “Matem esse demônio. Ele destrói tudo, ele tem que ser morto”, escreveu.

A jurada foi substituída no caso. "Garantir um processo justo será a maior dificuldade: a condenação do acusado pela imprensa não tem precedentes", disse Friedrich Fülscher, advogado de defesa de Brückner à AFP.

Brückner ainda não foi oficialmente acusado pelo desaparecimento de Madeleine McCann em 2007, mas foi por meio da investigação do caso que os julgamentos pelos crimes foram iniciados. “Sem a investigação do caso Maddie, esses supostos crimes não teriam vindo à tona”, disse Christian Wolters, porta-voz da promotoria de Brunswick.

O julgamento foi remarcado para a próxima sexta-feira, 23. Estão previstos 29 dias para o julgamento e 40 testemunhas foram convocadas. Brückner conta com quatro advogados para sua defesa.

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