CÂMARA
PT busca minar acordo de Lira e disputar a Comissão de Segurança Pública
Insistência do partido pode minar acordo do comando da CCJO Partido dos Trabalhadores (PT) deu sinais da intenção de contestar o acordo estabelecido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao manifestar interesse em disputar o comando da Comissão de Segurança Pública da Casa. As informações são do site O Antagonista.
Atualmente sob o controle do Partido Liberal (PL), esse colegiado foi palco de debates no ano passado , tendo sido utilizado como instrumento de pressão contra o então Ministro da Justiça, Flávio Dino, hoje membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o intuito de evitar possíveis constrangimentos ao governo Lula, a base petista busca emplacar um aliado do Palácio do Planalto à frente da comissão.
Entretanto, essa movimentação não passou despercebida pelos parlamentares do PL e até mesmo por membros da base governista. A insistência do PT em disputar o controle desse colegiado poderia impactar outros acordos estabelecidos por Arthur Lira, notadamente no que se refere à Comissão de Constituição e Justiça, onde, conforme o pactuado, o PL assumiria a liderança.
Nos bastidores, deputados bolsonaristas já admitem a rejeição de qualquer nome apresentado pelo PT para a comissão de Segurança Pública. Tal atitude poderia desencadear um efeito em cadeia, levando à eleição de presidentes de outras comissões por votação direta, rompendo com o protocolo usual de acordos prévios na Câmara.
A incerteza em torno da definição das lideranças das comissões temáticas tem resultado em uma virtual paralisação das atividades legislativas. A orientação vigente é de pautar apenas projetos que contem com acordos já estabelecidos ou que sejam desprovidos de controvérsias.
Arthur Lira se comprometeu a realizar novas rodadas de conversações com os líderes partidários para discutir o impasse. Além da Comissão de Segurança Pública, outro alvo de disputas é a Comissão de Finanças e Tributação, especialmente pela sua relevância na regulamentação da reforma tributária. Membros do PL têm afirmado que, caso o partido não assuma a presidência da CCJ, a exigência será direcionada para a comissão de tributação como forma de compensação.