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Renúncia de Fernando Collor à Presidência da República completa 32 anos

Ex-senador foi o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar
Por Redação 30/12/2025 - 06:38

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Agência Senado
O ex-senador e ex-presidente Fernando Collor
O ex-senador e ex-presidente Fernando Collor

Neste domingo, 29, completaram-se 32 anos desde a renúncia de Fernando Collor de Mello à presidência da República. Ao optar por deixar o cargo para evitar um processo de impeachment e, possivelmente, a prisão, o ex-presidente afastou-se da ameaça de ser preso. No entanto, em 2025, ele pode se ver novamente na mira da Justiça, desta vez por outros crimes.

Collor, que escapou da cassação ao renunciar à presidência, enfrenta agora o risco de ser preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma condenação de maio de 2023, ele foi sentenciado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, devido ao envolvimento em um esquema de recebimento de propinas da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, que totalizaram R$ 29,9 milhões entre 2010 e 2014, quando Collor era senador.

Em 2025, o STF deve julgar os últimos embargos de declaração apresentados pela defesa do ex-presidente. Caso os recursos sejam rejeitados, a pena poderá ser executada já no primeiro semestre do ano. Além de Collor, empresários envolvidos no esquema também foram processados, com penas de até quatro anos e quatro meses, conforme o julgamento do STF. Desde a condenação, Collor tem adotado estratégias para adiar o cumprimento da pena, questionando a competência do STF e tentando recorrer a instâncias inferiores.

Embora nunca tenha visitado o Acre, estado que tem uma relação trágica com sua família, o nome de Collor está indissociavelmente ligado a uma história de violência. Seu pai, Arnon Afonso de Mello, foi acusado de matar o colega de Senado José Kairala em 1963, durante uma briga política, em um episódio que até hoje marca a história política do país. Apesar de nunca ter sido formalmente acusado pelo homicídio, esse episódio deixou uma sombra sobre a imagem da família.

Fernando Collor de Mello, um dos personagens mais controversos da política brasileira, também carrega o peso de ter sido o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar, em 1989. Seu governo ficou marcado pela implementação do Plano Collor, que, embora inicialmente bem recebido, agravou a recessão econômica e levou ao desemprego em massa. As acusações de corrupção, especialmente envolvendo seu tesoureiro Paulo César Farias, culminaram no processo de impeachment que levou à sua renúncia em 1992.

Após perder os direitos políticos, Collor recuperou-os em 2006 e, em 2022, tentou uma nova candidatura, desta vez ao governo de Alagoas, mas obteve apenas o terceiro lugar nas eleições. Atualmente, com a condenação do STF ainda em andamento, Collor pode enfrentar, em 2025, o cumprimento da pena, fechando um ciclo de reveses judiciais que marcam sua trajetória política.

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