O senador Renan Calheiros (MDB-AL), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, defendeu nesta quarta-feira, 9, a importância da nova lei da reciprocidade como ferramenta para o Brasil reagir à escalada da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos com o aumento de tarifas anunciado pelo ex-presidente Donald Trump.

Em entrevista ao programa Ponto de Vista, da Veja, Renan afirmou que o Congresso fez sua parte ao aprovar o dispositivo. “Suprimos a legislação brasileira com relação ao princípio da reciprocidade”, declarou. Segundo ele, a medida fornece ao governo brasileiro os mecanismos necessários para reagir, caso considere necessário. “É evidente que o Legislativo não faz política externa, mas nosso papel era dotar o governo de instrumentos.”

O senador, no entanto, criticou a postura do vice-presidente Geraldo Alckmin, que afirmou que o governo federal não pretende usar a lei da reciprocidade e optará por diálogo e negociação. “Achei uma declaração precipitada. Amanhã o Brasil pode precisar usar. Ninguém sabe o que vai acontecer diante desse delírio tarifário do presidente Trump”, disse Renan.

Para ele, a omissão do governo pode ser interpretada como sinal de fraqueza. “A inação pode, em alguns momentos, significar covardia — e novas tarifas virão”, alertou.