sem lealdade

Lula enfrenta pressão de aliados enquanto base cogita apoiar Tarcísio

Partidos com ministérios evitam compromisso com reeleição e alimentam articulações fora da esquerda
Por Redação 04/05/2025 - 07:31
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Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista coletiva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista coletiva

O caminho de Luiz Inácio Lula da Silva rumo a 2026 não parece ser tão certo quanto o presidente deseja fazer crer. Durante um jantar com deputados, em 23 de abril, Lula se afirmou "candidatíssimo" à reeleição, mas a realidade política é mais complexa. A base aliada, composta por cinco grandes partidos — União Brasil, PSD, MDB, PP e Republicanos —, pode ser um obstáculo para as suas ambições, com suas alianças oscilando entre apoio e instabilidade.

Esses partidos, que juntos somam 11 ministérios, não garantem a fidelidade esperada ao presidente. Na verdade, muitos de seus integrantes alimentam a candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo, como uma alternativa à continuidade de Lula no poder. Isso é especialmente evidente no MDB, partido de figuras como Renan Calheiros, que, embora mantenha laços estreitos com o governo, também se inclina para a oposição em várias regiões do Brasil.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a frágil coalizão de Lula tem enfrentado dificuldades para implementar uma reforma ministerial, promessa que se arrasta há meses sem grandes avanços. A necessidade de dançar conforme a música de aliados cada vez mais exigentes tem levado a um cenário de promessas não cumpridas, o que gerou frustração dentro do próprio PT. O cenário reflete o dilema de Lula, que não pode abrir mão dessa aliança, mesmo que ela cause desconforto e desgaste político.

Os próximos meses são importantes para a construção do cenário eleitoral de 2026. Há uma crescente tensão sobre qual caminho Tarcísio irá seguir: manter-se em São Paulo para a reeleição ou tentar uma candidatura à presidência. Além disso, questões como a recuperação de Jair Bolsonaro e a situação econômica do país terão peso no desenrolar do pleito.

No contexto da coalizão, o União Brasil se destaca pela sua divisão interna e por seu histórico de alianças volúveis, com ala próxima ao Planalto e outros membros mais ligados ao bolsonarismo. Já o PSD e o MDB, apesar de uma postura aparentemente mais tranquila, também enfrentam desafios internos. No caso do MDB, a presença de Renan Calheiros representa uma ala favorável à continuidade de Lula, mas a resistência em outras regiões pode complicar o apoio ao petista em 2026.

Em meio a esse cenário, o PP, liderado por Arthur Lira, e o Republicanos, de Tarcísio, também são peças-chave na construção do futuro político do país. Ambos os partidos têm se mostrado dispostos a buscar seus próprios interesses, o que coloca o futuro de Lula em jogo.


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