POLÍTICA
PEC da Blindagem: Câmara recoloca votação secreta; veja votos dos alagoanos
Plenário havia retirado o trecho, mas manobra recolocou o sigilo na proposta
Em uma nova reviravolta, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 17, a retomada do voto secreto na PEC da Blindagem, que condiciona a abertura de processos e prisões de parlamentares à autorização do Congresso. O dispositivo havia sido retirado horas antes, durante a votação em plenário, mas foi reinserido em uma manobra articulada pelo Centrão. O destaque obteve 314 votos favoráveis e 168 contrários.
A mudança ocorre após a aprovação da proposta em dois turnos de votação. No primeiro, realizado na terça-feira, 16, a PEC recebeu 366 votos a favor, 115 contra e 2 abstenções. Já no segundo turno, concluído nesta quarta, o placar foi de 344 favoráveis e 133 contrários.
O texto-base aprovado estabelece que qualquer abertura de ação penal contra deputados e senadores dependa de autorização prévia, em votação do plenário da respectiva Casa legislativa. Também amplia o foro privilegiado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para presidentes de partidos com representação no Congresso.
Com a reinclusão do voto secreto, a decisão sobre processos envolvendo parlamentares ficará protegida do escrutínio público. A medida, segundo críticos, reduz a transparência e dificulta a responsabilização de deputados e senadores.
Entre os parlamentares alagoanos, acompanharam a aprovação do voto secreto Arthur Lira (PP), Delegado Fábio Costa (PP), Isnaldo Bulhões (MDB), Luciano Amaral (PSD) e Marx Beltrão (PP). Votou contra Paulão (PT). Estiveram ausentes Alfredo Gaspar (União), Daniel Barbosa (PP) e Rafael Brito (MDB).
Agora, a PEC segue para análise no Senado Federal, onde deve enfrentar resistência. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar (PSD-BA), já demonstrou indignação com a iniciativa.