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Governo Lula articula com Lira e Motta substituição de cargos do Centrão
Gleisi Hoffmann afirma que novas nomeações devem reforçar base aliada
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo federal iniciou as conversas para substituir indicados do Centrão que perderam cargos após a derrota da Medida Provisória 1303. A medida faz parte da estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para recompor a base de apoio no Congresso Nacional.
Segundo Gleisi, as decisões sobre os novos nomes serão tomadas em conjunto com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e lideranças partidárias. “Não há pressa, mas parte das nomeações pode sair já na próxima semana”, declarou a ministra, ao destacar que o governo dará prioridade a deputados “que estejam junto com o governo”.
Na mesma terça-feira (14), Gleisi se reuniu com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir o cenário político. Ela negou que o deputado tenha atuado como representante do Centrão, mas reconheceu que ele “contribuiu bastante para o governo”, especialmente durante a votação que ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda.
Enquanto o Palácio do Planalto busca recompor cargos e alianças, as atenções estão voltadas para a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), considerada essencial para o governo. A análise, prevista para esta semana na Comissão Mista de Orçamento, foi adiada a pedido do Executivo, que ainda tenta compensar os R$ 35 bilhões perdidos após a derrota na MP.
Nos bastidores, aliados admitem que a reorganização de cargos também tem relação com as eleições de 2026. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou à GloboNews que o Congresso “já ligou o modo 2026” e defendeu foco nas pautas prioritárias até o fim do ano. Já o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), considerou acertada a saída de indicados que não votaram com o Planalto: “Isso abre espaço para beneficiar quem está com o governo”.
Apesar disso, parlamentares desalojados criticaram a medida. “Acho que é um erro gigante. O governo pode ser inviabilizado sem apoio da maioria da Câmara”, disse um deputado sob reserva. Outros, no entanto, defendem que “o diálogo precisa ser reaberto”.