ameaças do PCC

Lira também foi alvo de vigilância de facção, diz CPI do Crime Organizado

Polícia Legislativa do Senado faz análise de risco para proteger os 18 integrantes do colegiado
Por Redação 10/11/2025 - 05:42
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STF/Comunicação
O deputado federal, Arthur Lira
O deputado federal, Arthur Lira

A Polícia Legislativa do Senado foi acionada para monitorar possíveis ameaças contra os membros da recém-instalada CPI do Crime Organizado. O colegiado, composto por 18 parlamentares — 11 titulares e sete suplentes —, foi criado para investigar a atuação de facções criminosas no país e a infiltração delas em órgãos públicos e setores financeiros.

A instalação da CPI ocorreu na semana passada, após nove meses de impasse político. A demora na formação da comissão, proposta em fevereiro e formalizada em plenário em junho, foi atribuída ao receio de parlamentares em lidar com um tema de alto risco. O colegiado ganhou impulso após a operação no Rio de Janeiro que resultou em 117 mortes — a mais letal da história fluminense.

O presidente da CPI, senador Fabiano Contarato (PT-ES), e o relator, Alessandro Vieira (MDB-SE), ambos com experiência policial, solicitaram uma análise individualizada de segurança para cada integrante. A avaliação considera diferentes graus de risco e, por enquanto, não identificou ameaças concretas. Caso haja qualquer indício de perigo, o Senado promete reforçar a segurança dos senadores.

A preocupação não é infundada. Um dos integrantes, o senador Sergio Moro (União-PR), já foi alvo de um plano de sequestro e execução elaborado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), como revelou VEJA em 2023. Desde então, Moro conta com escolta permanente.

O histórico de ameaças também envolve nomes do alto escalão do Congresso. Em 2023, a Polícia Legislativa foi informada de que o PCC havia espionado os então presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O episódio levou a um reforço imediato nas medidas de segurança para ambos.

Além de apurar a estrutura e o financiamento das facções criminosas, a CPI do Crime Organizado tem como atribuição investigar denúncias de corrupção e extorsão nas forças de segurança, além da influência dessas organizações no sistema financeiro e na política nacional.


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