polêmica

Renan Filho critica relatório de Derrite e vê risco para a atuação da PF

Ministro dos Transportes questiona mudanças em PL antifacção
Por Redação 18/11/2025 - 06:20
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Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB)
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB)

O ministro dos Transportes, Renan Filho, acusou o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) de tentar enfraquecer investigações contra facções criminosas ao propor alterações no Projeto de Lei antifacção em tramitação na Câmara dos Deputados. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, no último domingo, 16.

Segundo Renan, o relator busca “submeter a vontade da Polícia Federal aos governos estaduais”, o que, na visão do ministro, pode prejudicar a autonomia da corporação. Ele destacou que o texto original, de autoria do Executivo e construído com entidades civis, acabou sendo alterado em substitutivos apresentados por Derrite, que já vai na quarta versão e deve ser votado nesta terça-feira, 18.

“O relatório do Derrite era tão ruim que uniu governo, governadores de extrema-direita, sociedade e imprensa contra ele”, disse Renan, afirmando que até aliados do governo de São Paulo evitaram defender publicamente a proposta. Ele também levantou a possibilidade de que as mudanças no projeto tenham relação com operações recentes da PF que investigaram o envolvimento do PCC com empresas e setores do mercado financeiro.

Além de se opor à tentativa de retirar a PF do centro das investigações, Renan Filho também criticou, mesmo após recuo do relator, a inclusão de facções criminosas na legislação antiterrorismo, considerando que isso poderia gerar distorções jurídicas.

A votação do texto ocorre em meio à pressão por uma resposta legislativa ao crime organizado, especialmente após a Operação Contenção, realizada no Complexo da Penha (RJ), que resultou em 121 mortes e está sob apuração do STF por possível abuso de força pelas autoridades envolvidas.


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