disputa política
Grupo de Lira pressiona Renan e tenta evitar perda de R$ 300 mi em emendas
Documento enviado à CMO expõe tensão entre MDB e aliados de Arthur Lira
A disputa entre os grupos políticos de Arthur Lira (PP-AL) e Renan Calheiros (MDB-AL) elevou a temperatura em Brasília e colocou as emendas de bancada de Alagoas no centro de um impasse que ameaça cerca de R$ 300 milhões previstos no Orçamento de 2026. Um documento assinado por oito parlamentares e encaminhado ao presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Efraim Filho (União Brasil-PB), revela a pressão para destravar o processo.
Pela regra, as emendas de bancada precisam da assinatura de dois terços dos representantes do estado na Câmara e no Senado. O problema está justamente no Senado: apenas a senadora Eudócia Caldas (PSD-AL) assinou a proposta apresentada pelo coordenador da bancada, deputado Paulão (PT). Falta a assinatura de um segundo senador — e essa decisão recai diretamente sobre Renan Calheiros.
Renan contesta o modelo defendido por Paulão e por Arthur Lira, que apoiam a apresentação de emendas individualizadas. O senador do MDB insiste que a bancada deve deliberar coletivamente, alegando irregularidades no processo. A divergência abriu uma corrida contra o tempo e mobilizou deputados e prefeitos alagoanos, que temem o impacto da eventual perda de recursos destinados a obras e projetos estruturantes.
A assessoria de Arthur Lira divulgou uma nota reforçando o risco de prejuízo para o estado e pedindo uma reunião urgente com consultorias de Orçamento da Câmara e do Senado. O texto afirma que não há irregularidades na elaboração das emendas, que o procedimento segue o mesmo adotado no ano passado e que todas as regras da Lei Complementar nº 210/2024 foram cumpridas.
No ofício, os parlamentares sustentam que a metodologia de 2025 repete o padrão validado pela bancada em 2024, enfatizando que todas as demais bancadas estaduais do país seguem critérios idênticos. Eles pedem que a CMO intervenha para esclarecer dúvidas técnicas e evitar que Alagoas seja prejudicada por uma divergência considerada “isolada e sem fundamento técnico ou legal”.
“É inconcebível que um estado tão carente de investimentos seja penalizado pela ausência de uma assinatura, especialmente quando se trata de projetos estruturantes que beneficiam toda a população”, afirmam os signatários.
Assinam o documento Paulão, Alfredo Gaspar, Arthur Lira, Daniel Barbosa, Delegado Fábio Costa, Marx Beltrão, Luciano Amaral e a senadora Eudócia Caldas.



