investigação
Alfredo Gaspar aponta quatro falhas que permitiram rombo bilionário no INSS
Relator da CPMI detalha decisões que facilitaram fraudes e ampliaram prejuízo a aposentados
No depoimento desta segunda-feira, 1º, à CPMI do INSS, o relator deputado Alfredo Gaspar apresentou um panorama sobre como decisões técnicas adotadas dentro do instituto permitiram o avanço de um esquema de fraudes que atingiu milhões de aposentados e pensionistas. Segundo ele, falhas consecutivas — todas sob responsabilidade do servidor Jucimar Fonseca — abriram caminho para um rombo bilionário hoje sob investigação.
Gaspar afirmou que diversos documentos e autorizações assinados pelo depoente foram fundamentais para sustentar práticas irregulares relacionadas a descontos associativos e empréstimos consignados. O relator destacou quatro momentos em que Jucimar poderia ter interrompido o esquema, mas não o fez.
Segundo Gaspar, a primeira falha ocorreu quando o servidor deu credibilidade, em nota técnica, à Conafer, mesmo enquanto a entidade estava sob investigação. A segunda se deu no caso da Contag, quando ele liberou bloqueios associativos contrariando orientação da área técnica. A terceira, considerada decisiva, foi a nota técnica que autorizou uma “solução provisória” pedida por duas entidades, mas que acabou permitindo a associação em massa de milhões de aposentados por diversos grupos — prática que elevou os descontos fraudulentos a quase R$ 4 bilhões em 2024.
O relator reforçou o impacto das decisões tomadas no interior do INSS: “Se foi por boa-fé ou incompetência; se foi por má-fé ou corrupção, caberá às investigações desta CPMI esclarecer. O fato é que os chefes dele, todos, sem exceção, meteram mais de R$ 10 milhões no bolso, através de familiares e de propina”, declarou Gaspar.



