CASOS DE FAMÍLIA

Áudio descreve confronto e ameaça atribuída ao prefeito de Major Izidoro

Theobaldo Cavalcanti, ex-cunhado de Dantas entrou em conflito com José Emílio, primo do governador
Por Redação 03/12/2025 - 20:02
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Áudio descreve confronto e ameaça atribuída ao prefeito de Major Izidoro
Áudio descreve confronto e ameaça atribuída ao prefeito de Major Izidoro

Em um áudio enviado a um conhecido, o produtor José Emílio, primo do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), descreve o conflito que travo com o prefeito de Major Izidoro, Theobaldo Cintra (MDB), ex-cunhado do governador na segunda-feira, 1º. Ele relata que a tensão decorre do rompimento de um contrato de arrendamento firmado entre os dois.

José Emílio afirma que arrendou setecentas tarefas pro prefeito, mas que o acordo não foi cumprido. No áudio, ele diz: “Ele plantou ano passado, esse ano plantou também, mas não honrou comigo no compromisso”. Diante disso, relata que decidiu encerrar a parceria que resultou na morte de um boi durante a confusão.

Segundo o produtor, o rompimento ocorreu meses antes do novo conflito. Ele diz no áudio que “ele queria continuar, mas eu rompi porque ele não paga o valor que eu quero”. O relato indica que esse histórico teria influenciado a nova discussão registrada na fazenda.

A situação narrada no áudio começa quando um boi de um vizinho entrou no plantio. José Emílio conta que o prefeito teria levado o animal para um curral fora da área arrendada. “Botou no curral uma área que não está arrendada a ele”, conta.

“Eu estava almoçando na varanda e só escutei o tiroteio. Tiro até umas horas”. Ao ir até a frente da fazenda, afirma ter encontrado o prefeito e questionado o que ocorria.

No áudio, José Emílio narra uma discussão direta com Theobaldo Cintra. Ele diz ter ouvido do prefeito: “Eu entro aqui na hora que eu quiser e faço o que eu quiser”. Em resposta, afirma ter dito: “Você está dentro do que é meu. Você não tem direito de fazer isso”.

Boletim de ocorrência

Segundo boletim de ocorrência, José Emílio estava em sua propriedade quando recebeu uma ligação de um funcionário, identificado como Evandro, avisando que um boi havia invadido terras de Theobaldo, que arrendou parte da área ao comunicante.

O trabalhador relatou que o prefeito já estava no local acompanhado de vários homens e que teria informado que iria “resolver o problema com o boi”. Minutos depois, José Emílio ouviu tiros e, preocupado, foi até a área arrendada, onde encontrou o animal morto.

O boletim descreve que Theobaldo teria assumido os disparos, afirmando que “resolveu do jeito dele” e que não autorizaria mais nenhuma entrada de animais na plantação de milho. Também de acordo com o relato, o prefeito disse que, caso o gado voltasse a ultrapassar a cerca, mataria novamente e colocaria os animais “na porta” da vítima.

O documento registra ainda que Theobaldo teria dito que José Emílio poderia procurar a polícia “se quisesse”, e que, ao final da discussão, apontou o dedo para o comunicante afirmando: “Agora você arrumou um problema”, frase interpretada como ameaça direta.

José Emílio relatou à polícia que já vinha tentando reforçar as cercas para evitar a passagem de animais, mas que o prefeito insistia em responsabilizá-lo pela invasão. O conflito ocorre em parte da Fazenda Santa Izabel, onde o comunicante cria gado e o prefeito cultiva milho e sisal.

A tensão aumentou quando Theobaldo afirmou que pretendia plantar em uma nova área e não admitiria a presença de animais no local. Diante do clima de hostilidade, guarnições do COPES e da Força Tática da Polícia Militar estiveram na fazenda para evitar uma escalada maior.


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