Estudo: egípcios podem ter feito primeira representação visual da Via Láctea há 3.000 anos (FOTOS)

Por Sputnik Brasil 01/05/2025 - 11:54
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© Foto / Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito
Estudo: egípcios podem ter feito primeira representação visual da Via Láctea há 3.000 anos (FOTOS)

A enigmática obra de arte que adorna os antigos caixões egípcios revelou um possível segredo de 3.000 anos de idade: o que os pesquisadores identificam como a primeira representação visual conhecida da Via Láctea, relata o portal Arkeonews.

O portal destaca que uma análise detalhada dos caixões produziu novas e intrigantes perspectivas sobre a representação da deusa do céu Nut e uma possível representação visual da Via Láctea, desafiando suposições de longa data sobre sua relação.

Uma representação da deusa do céu Nut em um sarcófago egípcio
Uma representação da deusa do céu Nut em um sarcófago egípcio

Uma das descobertas mais impressionantes é a presença única de uma curva preta espessa e ondulada que corta o corpo de Nut, repleto de estrelas, no caixão externo de Nesitaudjatakhet.

"Essa característica tem uma semelhança notável com a Grande Fenda, a faixa escura que divide visivelmente a galáxia da Via Láctea. Essa observação sugere […] que os antigos egípcios podem ter tido conhecimento e representado essa característica galáctica proeminente", ressalta o dr. Or Graur, astrofísico do Instituto de Cosmologia e Gravitação da Universidade de Portsmouth.

A curva ondulada distinta no caixão de Nesitaudjatakhet sugere fortemente um reconhecimento visual da estrutura da Via Láctea, particularmente a Grande Fenda.

Isso desafia a noção de que a associação entre Nut e a Via Láctea era puramente simbólica ou textual.

Além disso, a semelhança dessa curva ondulada com representações da Via Láctea encontradas na iconografia espiritual de culturas como a Navajo, Hopi e Zuni fortalece o argumento para sua identificação como uma representação visual de nossa galáxia.

Teto astronômico da tumba de Seti I.
Teto astronômico da tumba de Seti I.

Observa-se que o trabalho de dr. Graur explora a evolução da representação de Nut em caixões, traçando a interação entre a vinheta cosmológica e os retratos de corpo inteiro desde o Novo Reino até o período romano.

"A vinheta cosmológica, inicialmente uma continuação de representações monumentais anteriores, acabou se fundindo com retratos de corpo inteiro, destacando os papéis cosmológicos e escatológicos duplos de Nut como a personificação do próprio caixão e um canal para a vida após a morte", finaliza o portal.

Por Sputinik Brasil


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