Prisão domiciliar

Collor cumprirá pena em cobertura de 600m² na orla da Ponta Verde

Ex-presidente ficará `recluso` por oito anos e dez meses, pena aplicada por corrupção
Por Redação 02/05/2025 - 08:01
A- A+
Google Street View
Prédio cuja cobertura servirá de reclusão para Collor na orla da Ponta Verde, em Maceió
Prédio cuja cobertura servirá de reclusão para Collor na orla da Ponta Verde, em Maceió

O ex-presidente Fernando Collor deixou a cela especial no na Penitenciária Baldomero Cavalcanti de Oliveira, na parte alta de Maceió, para cumprir a pena de 8 anos e 10 meses em regime domiciliar. A decisão foi do ministro Alexandre de Moraes, que considerou a idade de Collor e seu quadro de saúde, que inclui doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar. O parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi levado em conta.

A residência onde Collor ficará recluso é a cobertura de 600 metros quadrados, localizada em um prédio de seis andares de frente para o mar na praia de Ponta Verde, área nobre da orla de Maceió. O prédio é conhecido da população, espécie de ponto pitoresco e também de manifestações de profissionais, especialmente trabalhadores da Organização Arnon de Mello (OAM), como jornalistas, em busca do cumprimento de diretos trabalhistas.

A cobertura que será usada como prisão domiciliar de Collor foi avaliada pela Justiça do Trabalho em R$ 9 milhões. O imóvel havia sido declarado por Collor à Justiça Eleitoral em 2018 como valendo R$ 1,8 milhão, mas, em 2023, foi penhorado por determinação judicial para garantir o pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 264 mil com um ex-funcionário de uma das empresas da OAM da qual o ex-presidente é sócio majoritário.

Além de permanecer em casa, Collor terá que usar tornozeleira eletrônica, está proibido de deixar a residência sem autorização do STF, terá o passaporte suspenso e só poderá receber visitas de advogados, familiares, equipe médica e pessoas previamente autorizadas pelo Supremo.

Collor foi condenado em 2023 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, após ser acusado de participar de um esquema criminoso na BR Distribuidora, então subsidiária da Petrobras, revelado pela Operação Lava-Jato. Desde então, seus advogados vêm apresentando recursos, mas o STF considerou que a mais recente contestação tinha “caráter meramente protelatório”, o que levou Moraes a determinar a execução imediata da pena.


Encontrou algum erro? Entre em contato