Brasil faz o 'dever de casa' com a resposta ao tarifaço dos EUA, diz presidente da Apex à Sputnik

Em entrevista à Sputnik Brasil, Jorge Viana afirma que o governo brasileiro abriu mais de 400 mercados, realizou 20 missões empresariais, 16 delas com a presença de Lula, o que ajudou a "diversificar o cardápio de exportação" do país.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançou nesta semana o estudo "Diversificação de Mercados por Estados Brasileiros", que analisa os impactos do tarifaço. A publicação é parte do esforço da agência no apoio às empresas afetadas e apresenta alternativas de mercados para os produtos mais afetados.
À Sputnik Brasil, Jorge Viana, presidente da Apex, afirma que a agência está presente em quase todos os países originários do BRICS, faltando apenas a Índia, que deve entrar nesse rol após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevista para o próximo ano.
"Isso é muito importante. Nós estamos falando do BRICS, que, com a incorporação dos novos membros, você [...] chega a um terço do PIB mundial e chega a quase metade da população do mundo", afirma.
Ele acrescenta que há uma mudança na geografia econômica muito forte para o lado do Sul Global, e que países como Índia e China "têm uma grande expansão de suas presenças no mundo e são grandes parceiros do Brasil".
Viana avalia que o governo está fazendo o "dever de casa" na resposta ao tarifaço dos EUA, chamando para o diálogo a Apex, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e orientando que percorressem "o mundo inteiro ampliando os acordos comerciais e abrindo mercados".
"Foram abertos mais de 400 mercados nesses dois anos e meio de governo. Mas não é só isso, foram feitas 20 missões empresariais, 16 delas com a presença do presidente Lula e quatro com a presença do vice-presidente [Geraldo Alckmin]. Isso nunca tinha acontecido no Brasil. Tudo isso ajudou a diversificar o cardápio de exportação do Brasil."
Ele enfatiza que uma guerra comercial é ruim para o mundo e que todos perdem, mas frisa que os EUA vão ter muita dificuldade para implementar essas medidas no seu próprio país, "por conta da interdependência que as cadeias produtivas têm hoje".
Viana destaca que o Brasil não fez um movimento de retaliação às tarifas dos EUA, e respondeu com o Plano Brasil Soberano, de apoio para as empresas brasileiras que exportam para os EUA.
"E a Apex está bem dentro dessa proposta do governo, que é de apoiar as empresas na busca de mercados alternativos, ou seja, diversificar mercado. E também a Apex criou um programa, que vai ter duração até junho do próximo ano, onde nós vamos trazer um pouco dos compradores do mundo inteiro para o Brasil."
Por Sputinik Brasil