Lula afirma não ter simpatia pelo Hamas; quem diz isso sofre 'ignorância, má fé e estupidez'

Por Sputnik Brasil 06/09/2025 - 00:55
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Lula afirma não ter simpatia pelo Hamas; quem diz isso sofre 'ignorância, má fé e estupidez'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quem o associa ao grupo Hamas é "ignorante e estúpido". Em entrevista ao canal de TV SBT, nesta sexta-feira (5), ele também voltou a defender a criação do Estado Palestino e o fim dos ataques de Israel na Faixa de Gaza.

"Se alguém diz que tenho simpatia pelo Hamas é de uma ignorância, má fé e estupidez que não merece crédito, eu defendo o Estado Palestino, eu acho que a sociedade brasileira judaica deveria mandar uma carta para o [Benjamin] Netanyahu falando que ele não está travando guerra com o Hamas, isso que ele está fazendo é um genocídio", declarou Lula.

Desde o início do conflito de Israel em Gaza, em 7 de outubro de 2023, após ataque do grupo Hamas, o cerco israelense tem sido cada vez mais letal, com a morte de dezenas milhares de palestinos em Gaza. Lula tem sido crítico da ação do governo de Benjamin Netanyahu desde então.

Em junho, Lula afirmou que a guerra é um genocídio contra palestinos e que o governo de Israel "precisa parar com o vitimismo".

No encontro preparatório para a Cúpula dos Brics, em julho, Lula criticou a falta de liderança política na comunidade internacional e por parte da ONU para resolver o conflito.

O governo brasileiro divulgou em 23 de julho uma nota oficial em que manifesta "profunda indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina", com ênfase não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia.

A declaração denuncia uma série de violações de direitos humanos e do direito humanitário internacional, além de anunciar participação em uma ação judicial movida contra Israel na Organização das Nações Unidas (ONU).

A iniciativa brasileira se apoia, segundo o governo, "no dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de direito internacional e direito internacional humanitário", especialmente diante da "plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados", como reconhecido em medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 2024.

As relações entre Brasil e Israel voltaram a se deteriorar em 25 de agosto, depois que Israel rebaixou seu nível de representação diplomática no país após o Brasil não se manifestar sobre o agrément do novo embaixador israelense em Brasília, Gali Dagan, ou seja, um aceite formal no mundo da diplomacia.

Entendido como recusa, Israel retirou sua indicação e afirmou que não apresentará outro nome, com as relações sendo conduzidas a partir de agora em um patamar inferior.

O governo do Brasil, Rússia e da ampla maior parte dos países defende a Solução de Dois Estados decidida na Organização das Nações Unidas (ONU), isto é, com base nas fronteiras de 1967 e a capital palestina em Jerusalém Oriental.


Por Sputinik Brasil


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