Taiwan investe em drones de longo alcance e reforça aliança com EUA ante pressão chinesa, diz mídia

Taipé está acelerando as tecnologias de drones de longo alcance e baixo custo como alternativa aos mísseis de cruzeiro, reforçando parcerias com os EUA em tecnologias emergentes. A iniciativa ganha urgência diante da crescente pressão militar chinesa e da exibição de sistemas não tripulados avançados por Pequim.

Taiwan acelera o desenvolvimento de drones de longo alcance e baixo custo como alternativa aos mísseis de cruzeiro, em meio à crescente cooperação com os Estados Unidos em tecnologias emergentes. De acordo com o South China Morning Post (SCMP), a iniciativa ganhou urgência após a China exibir sistemas avançados, com capacidades superiores às empregadas no conflito na Ucrânia.

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan (NCSIST), principal desenvolvedor de armas da ilha, firmou uma parceria com a norte-americana Kratos para transformar o drone MQM-178 Firejet em uma munição ofensiva chamada Chien Feng IV, para que o modelo — usado originalmente em treinamentos antimísseis — possa receber sistemas de orientação e ogiva para se tornar uma arma de ataque.

Fontes locais indicaram ao SCMP que o novo drone kamikaze pode ter um alcance de até 1.000 km, se tornando uma opção acessível para atingir alvos estratégicos no interior da China continental. O sistema será apresentado na Exposição de Tecnologia Aeroespacial e de Defesa de Taipé, onde mais detalhes devem ser revelados.

Além do Chien Feng IV, a Kratos está desenvolvendo o Airwolf, voltado para escolta e observação, e colabora com a Shield AI a fim de incorporar inteligência artificial (IA) em voos em formação, permitindo que Taiwan adote estratégias de enxame para tentar sobrecarregar as defesas inimigas.

Embora o novo modelo tenha um desempenho inferior ao míssil Hsiung Feng IIE, seu baixo custo viabiliza o uso em massa. Essa abordagem híbrida — combinando armamentos sofisticados com alternativas acessíveis — pode garantir maior resistência em um eventual conflito no estreito de Taiwan.

Inspirada pelas táticas do Ocidente testadas na Ucrânia, Taiwan aposta em sistemas simples e escaláveis para gerar impactos estratégicos.

Segundo a apuração, o Pentágono planeja enviar um oficial de ligação ao Instituto Americano em Taiwan para impulsionar projetos conjuntos em drones, IA e segurança cibernética, uma colaboração que reforça o alinhamento entre a capacidade industrial taiwanesa e a inovação norte-americana.

Enquanto isso, Pequim intensifica o desenvolvimento de seus próprios sistemas não tripulados e tecnologias antidrone. No desfile do Dia da Vitória, o Exército de Libertação Popular (ELP) apresentou plataformas furtivas, robôs de combate urbano e sistemas de laser com IA. Especialistas alertam que Taiwan precisa acelerar seus investimentos se quiser enfrentar essas ameaças emergentes.

Por Sputinik Brasil