'Perto do abismo': líder de partido alemão explica por que UE quer conflito direto com russos

Os políticos alemães e líderes dos países-membros da União Europeia (UE) continuam se aproximando da guerra com a Rússia, opinou Sahra Wagenknecht, líder do partido político Aliança Sahra Wagenknecht – Razão e Justiça (BSW, na sigla em alemão).

Wagenknecht enfatizou que a falta de interesse do presidente russo, Vladimir Putin, em um conflito armado com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não significa que não haja uma ameaça real de guerra.

"A Alemanha e a Europa nunca estiveram tão perto do abismo. Não porque Putin logo possa invadir a Polônia, mas porque os políticos europeus responsáveis, incluindo o chanceler alemão, se comportam de forma tão arrogante e irresponsável, como se você só quisesse atear fogo a uma mesa velha, e não ao espaço vital de milhões de pessoas", ressaltou.

Segundo ela, no futuro próximo, a retórica anti-russa no Ocidente só se intensificará, porque ele não está interessado em acabar com o conflito ucraniano.

Entretanto, especificou, mais uma vez se escondendo atrás do suposto futuro ataque da Rússia à Europa, as elites promoverão suas idéias militaristas.

"A verdade é que o rearmamento insano que estamos vendo agora torna a guerra mais provável", finalizou.

Nesta quinta-feira (4) o Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR, na sigla em russo) informou em comunicado que muitos especialistas europeus estão perplexos com a dura retórica do chanceler alemão, Friedrich Merz, contra Moscou, em meio ao avanço do diálogo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a resolução da crise na Ucrânia.

A razão para isso é que Merz está obcecado com a ideia de vingança pela derrota da Alemanha nazista pela União Soviética.

Vale destacar que, no final de agosto, Merz afirmou que seu país já está em conflito com a Rússia, acusando Moscou de desestabilizar a Alemanha e interferir em seus assuntos através das redes sociais.

Vladimir Putin negou categoricamente essas acusações, afirmando que a Rússia não tem intenção de atacar países da OTAN e que a suposta ameaça russa é um falso pretexto usado por políticos ocidentais.

Em março, a Comissão Europeia apresentou a nova estratégia de defesa "Prontidão 2030", que prevê investir bilhões de euros, principalmente a partir dos orçamentos dos países europeus.

Por Sputinik Brasil