Jornalista de automóveis desde 1967. Edita coluna semanal que leva seu nome desde 1999 em 70 sites, jornais e revistas. Diretor de redação revista Top Carros.

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Salão do Automóvel, no Anhembi, volta em 2025 ao local tradicional

12/10/2024 - 06:00

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Sete anos depois, o tradicional Salão do Automóvel acaba de ter sua data confirmada. Será de 22 de novembro a 1º de dezembro do próximo ano e confirma a informação que adiantei seis meses atrás sobre onde se realizaria. Ao longo do tempo surgiram dúvidas sobre o local exato em razão de negociações. Desta vez, porém, prevaleceu a óbvia escolha do Distrito Anhembi, o pavilhão no centro de São Paulo, agora totalmente reformado do piso ao teto.

Desapareceram aquelas grandes colunas metálicas internas em diagonal que enfeavam o visual, mas era a tecnologia disponível à época, quando o pavilhão foi inaugurado em 20 de novembro de 1970. Ar-condicionado levou décadas para instalação: apenas em 2016. O Distrito Anhembi é privilegiado pela localização, infraestrutura de transporte e estacionamento para cerca de 6.000 veículos.

O local anterior, São Paulo Expo, era menos central e sem mais necessidade de uma área tão grande. Salões de automóveis internacionais encolheram e o de Genebra desapareceu. A organização continuará de responsabilidade da empresa inglesa Reed Exhibitions, rebatizada de RX Brasil. A Anfavea, no entanto, assumirá maior protagonismo. Possivelmente, poderá haver comercialização nos estandes, antes vetada, mas que o Festival Interlagos demonstrou como nova tendência. Em 2018, o Salão do Automóvel atraiu 742.000 visitantes.

Mercado terá 2024 bem melhor; Fenabrave previu já em abril


O balanço de vendas de setembro e do acumulado do ano permite projetar que haverá crescimento além do previsto pela Anfavea. A Fenabrave tinha detectado, desde o início do segundo trimestre, uma movimentação acima do esperado nos salões de exposição das concessionárias.

O mês passado contabilizou 236,3 mil veículos leves e pesados vendidos. A alta foi de 19,5% em relação ao mesmo mês do ano passado e é recorde para o nono mês do ano nos últimos 10 anos. Perde, entretanto, para as 245 mil unidades de dezembro de 2023. No acumulado de 2024, as vendas totalizaram 1,86 milhão de unidades, 14,1% superiores ao mesmo período de 2023.

Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave, reafirmou o bom momento e espera que ele continue até dezembro. Já a Anfavea admitiu que o mercado subiu além do previsto, com a média diária de vendas 13,8% superior à de setembro do ano passado. Márcio Leite, presidente da associação dos fabricantes, disse que os números ainda poderão mudar até o final de 2024 em razão do aumento previsto das taxas de juros ao consumidor, puxadas pelos aumentos da Selic.

Realmente, os compradores podem estar se antecipando aos juros maiores previstos para os próximos meses e o início de 2025. Contudo, ainda falta assegurar uma normalidade de 70% de vendas financiadas e 30% à vista. Hoje, cerca de 50% ainda são à vista.

A Anfavea apontou que o acúmulo de importação chinesa nos portos "atrapalhou a logística no fluxo de peças do exterior para a produção local". Na realidade, só a BYD trouxe carros em massa para fugir do aumento do imposto de importação sobre elétricos, agora em "suaves" saltos até 2026. Afinal, foi um erro de avaliação do governo federal: o cronograma acabou sob medida para apenas uma marca.

Basalt, terceiro novo produto Citroën, afinado ao mercado


SUVs cupês têm atraído atenção e o Basalt atende a este segmento. Não se trata exatamente de um SUV, mas sim de um crossover. Porém, consegue se diferenciar do Fiat Fastback, ambos produtos da Stellantis. Há equilíbrio de linhas com destaque para as grandes lanternas traseiras que se estendem às laterais, o conjunto ótico dianteiro e a curvatura do teto.

Distância entre-eixos: 2.645 mm (o que garante bom espaço interno, especialmente para cabeças no banco traseiro); comprimento: 4.343 mm; largura: 1.821 mm; e altura: 1.585 mm. O porta-malas de 490 L também é muito bom, ligeiramente inferior ao do Fastback (516 L).

O motor é o mesmo de origem Fiat, 1.0 L turbo, 130 cv, 20,4 kgf·m (etanol ou gasolina), e também igual câmbio CVT de sete marchas. A fábrica indica aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 s. Esse conjunto se revelou bem adequado ao uso urbano e rodoviário, com respostas imediatas ao acelerador, freios bem dimensionados e direção precisa, durante a primeira avaliação entre São Paulo e a Fazenda Capoava, em Itu (SP). A posição do volante, com boa definição de centro, peca pela falta de regulagem de distância e a de altura sem amortecimento (queda-livre). As suspensões são firmes, mantêm conforto em pisos irregulares, nem muito duras e nem macias em excesso, dentro do alto padrão da engenharia brasileira.

O pacote de segurança, embora razoável, deixa de fora itens caros como faróis de LEDs e alerta de colisão frontal. Em contrapartida, apresenta preços competitivos entre R$ 89.900 e R$ 107.390.

Creta 2025 recebe primeira atualização mais profunda


A harmonia de linhas marca a primeira grande mudança estética da segunda geração, surgida três anos atrás. Grade, para-choque, faróis e um filete de LED de um lado ao outro mostram uma frente inteiramente nova. Na traseira, o Creta 2025 recebeu lanternas interligadas de ótimo efeito visual, que se completam com para-choque também redesenhado. Há novas rodas de liga leve diamantadas. No interior, destaque para duas telas integradas de 10,25 pol. Versões Ultimate e N-Line foram lançadas simultaneamente.

Mantiveram-se as dimensões externas com simbólica mudança de 20 mm no comprimento. Mecanicamente, o novo motor 1.6 turbo com injeção direta substituiu em boa hora o anterior 2-litros de aspiração natural. Agora entrega 193 cv e 27 kgf·m, apenas na versão a gasolina. O câmbio é automático de sete marchas com duas embreagens.

Na primeira avaliação em Itu (SP), apenas com o motor mais potente entre todos os SUVs compactos do mercado, a mudança é muito marcante, com respostas imediatas e aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 7,8 s. Ótima estabilidade em curvas. O nível de ruído, outro destaque do novo motor do Creta, também impressiona. Os sistemas de segurança (ADAS, em inglês), testados à parte, corresponderam ao esperado.

Preços mantidos: R$ 141.890 a R$ 182.090. Só na versão de topo Ultimate, com o novo motor, mais R$ 2.000 (R$ 189.990).

Ranger Black tem o preço mais competitivo do mercado


A picape média, na versão de entrada da Ford, recebeu pequenas melhorias de acabamento, especialmente no interior, além de itens de decoração externa. Substitui a versão anterior XLS, e o preço de R$ 219.990 coloca a Ranger Black numa posição privilegiada frente aos concorrentes diretos.

Manteve inalteradas as especificações de tração 4x2, câmbio automático de seis marchas e o mesmo motor diesel de 170 cv e 41,2 kgf·m, agora também fabricado na Argentina, o que costuma ajudar na redução de custos.

No interior, o volante é revestido em couro. Os bancos não recebem esse material, mas houve melhora significativa no seu aspecto e na resistência da forração. Um detalhe bem-humorado aparece nas laterais dos bancos dianteiros, com a famosa frase em inglês de Henry Ford: “So long as it’s black”. Ele se referia a que o cliente poderia escolher qualquer cor de carroceria, desde que fosse o preto, no começo do século 20. Além da padronização, a tinta secava mais rápido.

Apesar do nome Black, as cores da carroceria não se limitam ao preto: pode ser também em branco, prata e azul.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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