O hexa era senha para o golpe
Não nasci para frequentar três coisas: cemitério, igreja e hospital. Nas minhas raras visitas a uma dessas instituições, que me lembro, foram 1) - Na companhia de algum religioso ainda na infância; (2),- para acompanhar um amigo lacrado em tábuas de pinho; ou 3)- para visitar um candidato a defunto às vésperas da extrema unção. Não lembro, pequeno, frequentar a igreja católica dos padres pedófilos, o que me levou à descrença , à materialidade e, consequentemente, ao meu ateísmo, "graças a Deus". (desculpe, força de expressão)
Apesar desse coração gelado sou ,sim, um grande admirador da arte sacra, do gótico, mas ao mesmo tempo um crítico atento dessas obras faraônicas da Igreja ao redor do mundo que, no apogeu do critianismo, à custa de milhares de vidas operárias, escravos. sacrificados pelos sacerdotes para satisfazer o ego de suas santidades que achavam, por soberba, que o supremo poder era feito de coisa material: pedra-sabão e óleo de baleia (os portugueses trouxeram para o Brasil este modelo de construção de igrejas) usado no ligamento das enormes pedras na construção dos santuários. (Coitadas das baleias: viraram óleo nas obras dos padres e comida de japonês depois da Segunda guerra. Meu Deus! (ato falho, força de expressão, outra vez) Mas o óleo desse animal tão dócil e inofensivo, não serviu apenas para erguer os monumentos católicos, símbolos da ostentação e da imponência religiosa, ele também foi usado para fritar os hereges em caldeirões em praças públicas durante a inquisição, que ousaram negar o catolicismo, o espetáculo de horror entre os séculos XV e XVI na Europa que envergonha a Igreja até hoje.
Lutei e luto até hoje na vida para não virar estatística na cartilha oficial dos analfabetos informais do Nordeste. E agora sobrevivo até a um AVC, depois de escapar das ameaças dos quatro anos do um governo fascista e de seus fanáticos arianos, chefiados por um tal capitão tresloucado que investiu contra os nordestinos como raça inferior Mas o bravo povo do Nordeste resistiu à pressão e mandou o militar troglodita para o EUA antes que ele transformasse os nordestinos em yanomamis , cujas dezenas de crianças foram dizimadas pela fome e pelas doenças de garimpeiros, pela inércia de um governo genocida e alienado que assistiu tudo de camarote.
O que aconteceu com os yanomamis foi um genocídio, massacre , infantícidio sob os aplausos dos "revolucionários baderneiros" sob o olhar complacente e de cumplicidsade dos religiosos de todas as tendências, da imprensa submissa e servil e dos empresários periquitos, aqueles que patrocinaram com milhões de reais da sonegação fiscal, o espetáculo da Seleção Bolsonarista de futebol , ao vivo pela TV Globo, orgnização que se especializou em oferecer pão e circo aos déspotas de plantão.
Não tenha dúvidas, a conspiração contra a nossa democracia começou com a perspectiva do "hexa" , meses antes, assim como o tricampeonto no México mascarou o tempo de atrocidade do governo do general Médici, o mais tirano de todos os militares da ditadura, apaixonado por futebol. Foi uma época, a década de 70, em que a tortura correu solta no porões da ditadura . Mas dessa vez os garotos- propaganda do Bolsonaro pisaram na bola literalmente e o golpe foi sepultado ainda em Katarpara frustração dos arianos e do seu chefe que engoliu o grito de "OU FICAR A PÁTRIA LIVRE, OU MORRER PELO BRASIL. A vitória da seleção era a senha para o golpe bem sucedido com o povo eufórico nas ruas vestindo verde e amarelo e quebrando tudo sob a vista do Exército , a quem cabe zelar pela Constituição.
Aí, sim, ninguém segurava o país. Com o povo eufórico nas ruas, patrocinando, pela primeira vez, um golpe de estado, a pretexto de comemorar o hexa , coisa que não aconteceu nem na primeira república. Naquela época, o escritor Lima Barreto fez o seguinte registro: "O Brasil não tem povo, tem público" , ao observar que não tinha um pé de gente nas ruas quando os militares derrubaram a Coroa.
Para finalizar , um aviso aos navegantes: mais uma vez a TV Globo esteve a serviço da traição à pátria. Não à toa o fascista não se insurgiu contra a concessão da emissora, depois das bravatas de que iria tirar a TV do ar. Ao contrário, até prorrogou para tê-la como aliada na conspiração do golpe. Mesmo assim, o aloprado não se deu por vencido: incentivou a baderna dos camisas amarelas ,que foram às ruas de Brasília sem as chuteiras vitoriosas do golpe e o ufanismo nacionalista, dessa vez restrito à Capital Federal. assim, a senha do golpe ficou mesmo em katar por culpa dos pernas de pau, felizmente.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA