Pedro Oliveira é jornalista , escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

Conteúdo Opinativo

Quadrilhas em ação

26/05/2024 - 06:00

ACESSIBILIDADE


“Institutos”, “cooperativas” e outros nomes empresariais, infestaram as prefeituras nos últimos anos, todas com a expertise em burlar legislações, mascarar contas públicas e pagar milhões de propinas a gestores sem compromisso com a moralidade e a legalidade. É lastimável, mas uma verdadeira formação de quadrilha instalou-se na administração pública, acreditando na impunidade e na inércia dos órgãos de controle externo, além das “facilidades” encontradas nas relações institucionais governo/crime/Judiciário/Ministério Público, sempre livrando essas associações criminosas, fazendo crer que aqui realmente o crime compense. Essa relação promíscua tem se fortificado nos últimos anos, ao ponto de ser de conhecimento público e ninguém faz nada. Operações feitas pelo Ministério e Polícia Federal, estão tão desacreditadas, que já não assustam seus alvos, que apostam sempre na impunidade. Até quando?

O descaso é geral


O descaso com o meio ambiente e a situação à qual está exposta a população não deve recair apenas no governador Eduardo Leite e administradores do Rio Grande do Sul. Os gaúchos são as grandes vítimas do momento, mas grande parte da população vive em estado de vulnerabilidade, face à falta de seriedade com a políticas públicas, voltadas para a prevenção de desastres naturais e a exploração equivocada do meio ambiente. Para se ter uma ideia, o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil, o Funcap, existe, mas nunca foi usado — embora bastasse um decreto presidencial ou legislativo para isso.

A tragédia foi prevista


O acidente ambiental que causou destruição e mortes no Rio Grande do Sul tem culpados, sim, e poderia ter sido evitado ou pelo menos acontecido em menores proporções. As opiniões abaixo são de duas das maiores autoridades em política ambiental, ainda quando se discutia a flexibilização da legislação ambientalista, proposta pelo governador Eduardo Leite em seu primeiro mandato:

“Na região do rio Antas-Taquari [nordeste do RS], a abertura de campos de soja vem destruindo as cabeceiras dos rios. E essa legislação de agora permite ainda mais obras, até hidrelétricas, sem consulta às comunidades atingidas”. (Paulo Brack, professor do Instituto de Biociências da UFRGS-Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

“É um projeto desestruturante, destruidor e prostituente, porque prostitui a questão ambiental numa liberalização infundada que destrói 10 anos de trabalho”. (Francisco Milanez, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural).

Lira prega consenso


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu um texto de consenso sobre a desoneração da folha de pagamentos para municípios. Segundo ele, é importante que se permita – de um lado – que as prefeituras ganhem um fôlego maior para poder se recuperar dos custos do período pós-pandemia e, de outro, que se atenda à necessidade de o governo federal realizar o ajuste fiscal.

Pauta animal


Soube, por fonte altamente confiável, que prefeito JHC vai surpreender a todos em relação à pauta animal, mas o anúncio só mais na frente. Claro que vai esperar o momento político adequado e transformar o anúncio em mais votos, além dos muitos que tem. A fonte me revelou e pediu segredo. Em segredo ficará.

Piada eleitoral


A Justiça Eleitoral perde a pouca credibilidade que tem, ao condenar qualquer político por “crime de abuso de poder econômico”, por sua leniência, durante o processo de eleições, fazendo vistas grossas aos “negócios” com práticas repetitivas a cada eleição. Se agisse com seriedade não sobrava praticamente ninguém eleito.

A CPI do Renan


Nasceu e morreu, sem nada de importante acontecer, a CPI proposta pelo senador Renan Calheiros para apurar a tragédia da Braskem, cujo propósito era atingir alguns de seus rivais. Como no caminho surgiram fatos que também envolviam e incriminavam alguns de seus aliados muito próximos, a comissão foi encerrada e não se fala mais nisso (até a campanha eleitoral).

Au revoir


Com o provável afastamento de Paulo Dantas, para concorrer às eleições em 2026, o vice Ronaldo Lessa vira governador por alguns meses, mas permanecerá no “limbo”. Tem se comportado e feito tudo para agradar, mas seu nome não passa, nem de longe, pelo radar do governador e do deputado Marcelo Victor, os comandantes do pleito. “Au revoir".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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