Jornalista, escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

Conteúdo Opinativo

Rei posto, não morto

12/07/2025 - 06:00
A- A+

O deputado Arthur Lira, mesmo após deixar o cargo de presidente da Câmara, nem por isso significa que desceu à planície. Continua como um dos políticos mais influentes do país e cortejado pelo poder. Na crise que se abate entre o Legislativo e Executivo, o Palácio do Planalto, com o aval do presidente Lula, já mandou emissários conversar com o parlamentar alagoano, pedindo sua interferência para acalmar os ânimos. Lira lidera uma grande fatia de deputados e foi responsável pela eleição de Hugo Mota, para a presidência da Casa.

‘Suma potestas’

O poder absoluto, em latim, pode ser traduzido como “potência absoluta”. A palavra “potestas” significa poder ou autoridade, enquanto “absoluta” indica a característica de ser ilimitada, sem restrições. Ao suspender atos dos poderes Executivo e Legislativo e levar ambos para uma “audiência de conciliação”, o ministro Alexandre de Moraes deixa claro que cabe ao Supremo Tribunal Federal o “suma potestas”, ou o maior poder. Foi-se a harmonia e a independência (CF).

O patético presidente americano foi grosseiro, agrediu a diplomacia e ofendeu a Justiça e a autonomia do povo brasileiro ao defender o pré-condenado Jair Bolsonaro, réu em vários crimes, incluindo o de conspiração contra o Estado de Direito, todos provados e comprovados. Não temos um tolo subserviente na presidência. Lula respondeu à altura a provocação, deu um “chega pra lá” no paspalhão e disse que “o Brasil tem dono, o povo brasileiro”.

‘Habemos gubernator’

O ministro e ex-governador Renan Filho resolveu acabar com o disse me disse e anunciou sua candidatura para voltar ao cargo do qual se desincumbiu com grande sucesso. Fumaça branca sai da chaminé das eleições e a consagração nas urnas é antecipada. O prefeito JHC recolhe as armas e se alia aos adversários em busca da salvação política possível. Com trio formado para a disputa majoritária (Renan Filho, Renan Calheiros e JHC), não deverá sobrar pra ninguém. “Consummatum est”.

Ostracismo adoece

Tinha até outra impressão de determinado político que há algum tempo não disputa eleição por falta de votos. Suas eleições aconteceram em cima do prestígio do sogro, um homem honrado e admirado pelo grande eleitorado. O cara ousou postar em minha página a infeliz e deplorável opinião que “gostou do tempo da Ditadura”. Não sei se ele tem a capacidade de ter ideologia, mas com certeza deve fazer parte da turma aloprada de bolsonaristas.

Um novo PT

O deputado Ronaldo Medeiros, recém eleito presidente do Diretório do PT, tem pela frente a missão de mudar radicalmente a cara e o corpo do partido, há anos convivendo com práticas nada republicanas, com denúncias de desvios de finalidade, uso indevido do Fundo Eleitoral e outras tantas acusações. E pra mudar tem que ser radical, nada de tolerância com falcatruas. “Nosso compromisso é reconstruir, reorganizar e fortalecer o PT com diálogo, unidade e participação”, disse o novo presidente. Espero que seja assim.

Alagoas no Gilmarpalooza

No “rega bofe” do Gilmarpalooza (em Lisboa/Portugal), o pib político compareceu em peso às festanças, pagando com o nosso dinheiro. Poucos saberão dizer sobre a programação técnica e muitos falarão dos jantares, farras e “bom viver”. Alagoas também enviou sua delegação para esbanjar nossa grana que certamente está sobrando no tesouro estadual. Esse povo não tem vergonha.

Dois pesos...

O Tribunal Regional Eleitoral tem sido muito eficiente nas ações julgadas em relação a fraudes nas eleições de vereadores e prefeitos do interior. Cassações e investigações têm se sucedido com muita frequência. Só queria entender porque quando se trata de processos dos grandes, surgem os pedidos de vista protelatórios, os fundos das gavetas dos desembargadores e Ministério Público, além, do “chá de cá te espero”, levando os casos para decisão quando já está findando o mandato.

Renan de volta

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem demonstrado várias vezes o seu poder de ressurgimento ao topo da visibilidade no Congresso Nacional em vários episódios de sua longa carreira no Senado Federal. Às vezes por estratégia, outras por necessidade, sabe a hora de mergulhar e voltar à superfície, tal fênix, com o simbolismo do triunfo. No governo petista, embora sofra restrições, goza da confiança e a gratidão do presidente Lula, que o tem como um dos mais combativos e fiéis aliados. Vai ser o presidente da Comissão Mista da Medida Provisória do IOF por delegação expressa do presidente.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


Encontrou algum erro? Entre em contato